domingo, 29 de abril de 2018

OONI IFE VEM A BAHIA



Por Marco Aurélio Luz



O Ooni Ife rei de Ife Adeyeye Babatunde Enitan Ogunwusi virá ao Brasil.
Foto disponível na internet 

Ile Ife é a cidade sagrada e origem do império yoruba. Aí se encontra a marca de Oduduwa entidade que primeiro pisou nesse mundo o aiye. Foi ela que a mando de Olorun criou a terra. Oxalá por sua vez criou os seres que vieram habitá-la.
Oraniyan descendente de Oduduwa partiu de Ife num longo périplo constituindo a fundação de reinos que vieram a compor o império e depois retornou a Ife.
Ile Ife a cidade que se expande possuíu originariamente a composição urbanística em forma espiralada. No centro o palácio real e na sua frente o mercado do rei Oja Oba. Desde esse núcleo desenvolve-se a sequência dos “compounds” moradias dos idile as famílias extensas por ordem de antiguidade.
Integra o afin o palácio, a floresta sagrada contígua.
O Ooni é o rei de Ife. A origem de Ife se perde na noite dos tempos. Todos os reinos do império yoruba reconhecem o poder sagrado do Ooni e seus reis devem ter sua anuência para tomar posse do cargo.


Escultura em bronze dos Ooni Ife.
Foto disponível na internet

Ainda no afin está uma série de aposentos e um deles abriga as reuniões da sociedade secreta Ogboni composta por representantes das instituições da cidade, femininas e masculinas. 



Escultura do casal em bronze unidos pelos elos da corrente (sucessão de descendência)
Foto disponível na internet

A cidade com o portão possuía elevados muros em seu entorno.
O culto à Oduduwa caracteriza a religião tradicional em Ile Ife. Oduduwa é o orixá patrono pertencente ao mito histórico da criação do mundo.
Também o culto à Orumila Baba Ifa faz parte da cidade. Os babalawo tem sua formação exponencial como sacerdotes do conhecimento dos misteriosos caminhos dos destinos.



Araba alto sacerdote do culto de Ifa.
Foto Marcos Kalish
Acervo M.A. Luz

São famosas as magnificas esculturas em terra cota e em bronze que constitui o patrimônio histórico e cultural de Ile Ife.
Também se destaca o Opa Oraniyan marco exponencial da origem do império yoruba.




Opa Oraniyan, Mestre Didi em Ife
Foto Disponível na internet

A cidade também abriga a Universidade de Ife com o importante papel de garantir e dar legitimação aos valores, as linguagens e instituições da tradição cultural yoruba.
Na década de 1980 o Caribean Visual Art Center de Nova York por iniciativa da dirigente Marta Moreno Vega reuniu importantes líderes da tradição religiosa africana.
Deoscoredes Maximiliano dos Santos Mestre Didi Alapini do Brasil, Julito Collaso Babalawo de Cuba, Max Beauvoir Ougan de Haiti, e Wande Abimbola Reitor da Universidade de Ife tiveram um encontro histórico e concordaram em repeti-lo de forma mais abrangente.


Ile Ife foi escolhida a cidade onde se realizou o encontro internacional em 1981 com a acolhida do OOni Ife



O Ooni Ifé Oba Okunade Sijuwade, Olubuse II.
Foto Marco Kalish
Acervo M. A. Luz

Das conclusões do magnifico encontro de lideranças da tradição ficou estabelecido por Ifa, a realização de novas Conferencias até complementarem sete ao todo.



Participantes da Iª Conferência Mundial da Tradição dos Orixá e Cultura em Ile Ifé.
Foto Marco Kalish
Acervo Marco Aurélio Luz

 Em 1983 Salvador foi  escolhida para sediar a IIIª Conferência Mundial da Tradição dos Orixá e Cultura sendo realizada com grande esplendor.


 



quarta-feira, 25 de abril de 2018




SOLISLUNA EDITORA
Lançamento do livro Terreiro do Bogum - Memórias de uma comunidade Jeje-Mahi na Bahia, de Everaldo Conceição Duarte.
 Marque na agenda: próxima sexta-feira, dia 27/4 às 17h, no Terreiro da Casa Branca! Venha participar

Everaldo Conceição Duarte
Nascido em 1937, no antigo logradouro chamado Pedra da Marca, defronte à ladeira de São João na Avenida Cardeal da Silva, Everaldo Conceição Duarte cresceu vivendo as transformações ocorridas na paisagem social econômica e religiosa na comunidade chamada Bogum, desde os anos quarenta. Neto carnal de Maria Valentina, Mãe Runhó, sobrinho carnal de Maria Evangelista, Gamo Lokossi, ambas dirigentes dessa comunidade, cada uma a seu tempo, foi suspenso para Ogã Agbagigan em 1942 e confirmado, após muitas reflexões e pesquisas. Desde então, tem se voltado ao trabalho de orientação e a contar histórias aos mais novos e interessados na questão afro religiosa do lado do Jeje. Nesse universo de palestras, esteve contando histórias e estórias, palestrando na Argentina, no Benin, em Cuba, em Nova Iorque e em vários estados do Brasil. Diplomou-se Economista pela Universidade Católica de Salvador e foi um dos diretores da SECNEB, Sociedade da Cultura Negra do Brasil, e Coordenador Nacional do INTECAB, Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira.