Nesta mesma data, há um ano, o Rei do Pop Michael Jackson nos deixou.
Um visionário, inovador, dançarino, cantor, compositor, dramaturgo, poeta...
Simplesmente espetacular!
Através do texto do Professor Doutor Marco Aurélio Luz, a ACRA faz uma singela homenagem a esse grande astro que continua nos encantando mesmo após sua morte.
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Uma aparição solo, cintilante e luminescente no vídeo clipe “Don’t Stop’til You Get Enough” anuncia uma nova fase, para além do Jackson Five, que não fora o bastante.
Com “Billie Jean” o fantástico e o extraordinário se anunciam. Personagem com mágicos poderes, visível e invisível enfrenta perseguições e incandesce o que toca.
A linguagem então já se caracteriza como um desdobramento da bacia semântica das formas de comunicação e dos valores estéticos das tradições africanas e afro-americanas.
“Triller” consuma essa nova territorialização no âmbito da indústria cultural. O medo da morte se contrapondo a convivência com os ciclos vitais. O ser e o não ser, ou ser o outro simultaneamente, vida e morte numa mesma transição. Estamos envolvidos pelo mistério de sabermos que não sabemos. O mistério da passagem.
Em “Bad” as intervenções sociais. A luta das gangs não pode ser todos contra todos, mas todos por valores expressos na adesão a dimensão estética de uma música, uma dança, uma dramatização; uma linguagem Black, afro americana, e quem é mau?
Em “Black or White” o novo não é compatível com a atitude de se passar a vida sentado como um paxá em frente do televisor. O som explode com o mundinho puritano pequeno burguês e a narrativa se reinicia na África, e então o corpo se movimenta pelas danças do mundo que identificam povos, e a mensagem é:
“But, if
You’re thinking
About my baby
It don’t matter if you’re
Black or White”
Numa tradução livre resumida, digo: se está pensando em amor, não importa se você é negro (a) ou branco (a).
Depois da famosa sequência dos rostos em transformações diversas caracterizando a espécie humana, segue um novo momento da narrativa. Para que o amor liberto de preconceitos se realize é preciso superar os obstáculos de outra ordem de valores.
Há que se transformar em pantera negra, Black Panther, e com seus poderes, se transformar na imagem do malandro, do que recusa a adesão ao “american way of life”. Traduzo esse personagem como a imagem de uma entidade o Zé Pilintra para nós brasileiros. Com seus poderes ele vê passar ao léo, ao sabor da ventania páginas de jornal, palavras impressas ao sabor do vento, em seguida parte para ação detonando ao ritmo da dança os símbolos da modernidade, primeiramente o automóvel, o hotel das forças armadas os anúncios de néon e a moral sexual puritana liberando a genitália.
Prevendo a censura, uma cena final apresenta o papai Simpson desligando a TV para o filho não assistir.
Em “Remember the Time” o fabuloso transparece de modo mais enfático, e ele brota no Egito antigo, faraônico, negro-africano berço da civilização
- “Michael, eles não cuidam da gente!”, “They Don’t Care About Us”, também nos comove pela escolha do cenário brasileiro, Bahia e Rio, no país que mais se caracterizou pela concretização da política de branqueamento, e das teorias da eugenia, incluindo a tática genocida do abandono das populações não brancas desde D.João VI até os dias atuais.
No Pelourinho, depois de tirar o cassetete do guarda ele dança com o tambor do Olodum no local que foi antigo símbolo da história da repressão colonial e neocolonial.
Em “Earth Song”, os poderes do personagem se levantam contra a destruição da Terra por guerras e pela gananciosa e inaudita exploração da natureza, revertendo essa situação.
Falar o quê das técnicas constitutivas das mensagens, ou do talento de cantor, compositor, arranjador, intérprete, dançarino, coreógrafo, figurinista, cenógrafo,...
Certa época milhares de milhões dançavam pelas ruas imitando... encantadas.
Quanto às críticas ele responde com o vídeo clip em que transita como um aviador dirigindo um avião desses de parque de diversões, voando e atravessando em meio às feras, cobras e cães de paletó e gravata e línguas grandes rodeados por tablóides sensacionalistas. Na sequência, o gigante deitado começa a se levantar, se libertando das amarras e então se ergue impávido e imponente; “Leave Me Alone”.
Abaixo segue o Clip da música They Don't Care About Us gravada no Brasil com participação do bloco Olodum.
Com “Billie Jean” o fantástico e o extraordinário se anunciam. Personagem com mágicos poderes, visível e invisível enfrenta perseguições e incandesce o que toca.
A linguagem então já se caracteriza como um desdobramento da bacia semântica das formas de comunicação e dos valores estéticos das tradições africanas e afro-americanas.
“Triller” consuma essa nova territorialização no âmbito da indústria cultural. O medo da morte se contrapondo a convivência com os ciclos vitais. O ser e o não ser, ou ser o outro simultaneamente, vida e morte numa mesma transição. Estamos envolvidos pelo mistério de sabermos que não sabemos. O mistério da passagem.
Em “Bad” as intervenções sociais. A luta das gangs não pode ser todos contra todos, mas todos por valores expressos na adesão a dimensão estética de uma música, uma dança, uma dramatização; uma linguagem Black, afro americana, e quem é mau?
Em “Black or White” o novo não é compatível com a atitude de se passar a vida sentado como um paxá em frente do televisor. O som explode com o mundinho puritano pequeno burguês e a narrativa se reinicia na África, e então o corpo se movimenta pelas danças do mundo que identificam povos, e a mensagem é:
“But, if
You’re thinking
About my baby
It don’t matter if you’re
Black or White”
Numa tradução livre resumida, digo: se está pensando em amor, não importa se você é negro (a) ou branco (a).
Depois da famosa sequência dos rostos em transformações diversas caracterizando a espécie humana, segue um novo momento da narrativa. Para que o amor liberto de preconceitos se realize é preciso superar os obstáculos de outra ordem de valores.
Há que se transformar em pantera negra, Black Panther, e com seus poderes, se transformar na imagem do malandro, do que recusa a adesão ao “american way of life”. Traduzo esse personagem como a imagem de uma entidade o Zé Pilintra para nós brasileiros. Com seus poderes ele vê passar ao léo, ao sabor da ventania páginas de jornal, palavras impressas ao sabor do vento, em seguida parte para ação detonando ao ritmo da dança os símbolos da modernidade, primeiramente o automóvel, o hotel das forças armadas os anúncios de néon e a moral sexual puritana liberando a genitália.
Prevendo a censura, uma cena final apresenta o papai Simpson desligando a TV para o filho não assistir.
Em “Remember the Time” o fabuloso transparece de modo mais enfático, e ele brota no Egito antigo, faraônico, negro-africano berço da civilização
- “Michael, eles não cuidam da gente!”, “They Don’t Care About Us”, também nos comove pela escolha do cenário brasileiro, Bahia e Rio, no país que mais se caracterizou pela concretização da política de branqueamento, e das teorias da eugenia, incluindo a tática genocida do abandono das populações não brancas desde D.João VI até os dias atuais.
No Pelourinho, depois de tirar o cassetete do guarda ele dança com o tambor do Olodum no local que foi antigo símbolo da história da repressão colonial e neocolonial.
Em “Earth Song”, os poderes do personagem se levantam contra a destruição da Terra por guerras e pela gananciosa e inaudita exploração da natureza, revertendo essa situação.
Falar o quê das técnicas constitutivas das mensagens, ou do talento de cantor, compositor, arranjador, intérprete, dançarino, coreógrafo, figurinista, cenógrafo,...
Certa época milhares de milhões dançavam pelas ruas imitando... encantadas.
Quanto às críticas ele responde com o vídeo clip em que transita como um aviador dirigindo um avião desses de parque de diversões, voando e atravessando em meio às feras, cobras e cães de paletó e gravata e línguas grandes rodeados por tablóides sensacionalistas. Na sequência, o gigante deitado começa a se levantar, se libertando das amarras e então se ergue impávido e imponente; “Leave Me Alone”.
Abaixo segue o Clip da música They Don't Care About Us gravada no Brasil com participação do bloco Olodum.
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