Por Narcimária C.P. Luz
A imagem que abre essa postagem apresenta o encontro de dois arcos de berimbau fincados na areia da praia diante do sol, aludindo a um belo portal que acena para o infinito, o horizonte, o mistério, o que não sabemos...
Reparem que há entre esses arcos, uma luz que nos anima a continuar, não desistir, não ter medo de tentar ser feliz, de SONHAR nos encorajando a insistir na proposição de uma ÉTICA DO FUTURO para as gerações sucessoras.
O berimbau é um ancestral!
Reparem que há entre esses arcos, uma luz que nos anima a continuar, não desistir, não ter medo de tentar ser feliz, de SONHAR nos encorajando a insistir na proposição de uma ÉTICA DO FUTURO para as gerações sucessoras.
O berimbau é um ancestral!
O berimbau dá a cadência e dinâmica da roda!
O berimbau é a força da roda de capoeira!
BERIMBAU é RODA/RODA é VIDA!!!
Ê, volta no mundo camará!
Ê, Ê volta o mundo dá volta camará!
Berimbau fala, comunica linguagens que exalta um corpo livre em permanente movimento, em transcendência e mais do que isso, capaz de realizar e expandir o modo próprio africano de existir e manter a identidade profunda do grupo e da comunidade. Essa é a sabedoria do viver, legado dos nossos/as antepassados/as!Esse belo portal feito de arcos de berimbau é uma das formas que a ACRA escolheu para demonstrar seu pesar pela perda trágica de um futuro Mestre de capoeira que tinha apenas 10(dez) anos de idade. Estamos nos referindo a Joel da Conceição Castro, filho do Mestre de capoeira “Ninha”.
O coração de Joel pulsava na cadência do berimbau, que lhe animava a viver intensamente a alegria da roda de capoeira, de onde transborda muita VIDA, VALORES DE CIVILIZAÇÃO, e todo CONHECIMENTO milenar africano que a roda faz circular.
Seu sonho? ”Ser Mestre de capoeira como meu pai” Joel morava no bairro Nordeste de Amaralina, em Salvador e morreu de forma trágica atingido por uma bala perdida na cabeça quando se preparava para dormir. As informações dadas pelos pais e vizinhos de Joel é que domingo em torno das 23 hs havia uma ronda da Polícia Militar no bairro e ocorreu um tiroteio, que atravessou a janela da casa do pequeno Joel atingindo-o.
Interrompeu-se um sonho!
O silêncio foi quebrado por gritos de socorro, dor e a agonia de não deixar a impunidade vigorar. “Com faixas, cartazes e ao som do toque do berimbau e roda de capoeira, os familiares, vizinhos, amigos da escola e do bairro, velaram o corpo do menino que era torcedor do Bahia, e por isso, foi enterrado junto com a bandeira do time. Após o momento do adeus, todos os presentes saíram em uma caminhada rápida pelo bairro, como forma de protesto pelo crime que chocou os moradores do local. (...) Joel estudava na 3ª série da Escola Municipal Maria Amália Paiva, no Nordeste de Amaralina. ‘Ele era um dos nossos melhores alunos’, destacou Mestre Mico que junto com o pai de Joel desenvolve trabalhos na Associação de Capoeira Gingado Baiano. ’Nosso trabalho é resgatar as crianças da rua e dar uma ocupação’, frisou.” (Cf.www.coreio24horas.com.br)
Mestre Ninha pai de Joel, iria viajar para a Itália em 2011 com ele. É importante destacar aqui uma mensagem da professora Naiara Bittencourt que circulou entre educadores/as da ACRA, expressando sua tristeza diante da crescente violência que vem ceifando a vida de crianças e jovens:
O coração de Joel pulsava na cadência do berimbau, que lhe animava a viver intensamente a alegria da roda de capoeira, de onde transborda muita VIDA, VALORES DE CIVILIZAÇÃO, e todo CONHECIMENTO milenar africano que a roda faz circular.
Seu sonho? ”Ser Mestre de capoeira como meu pai” Joel morava no bairro Nordeste de Amaralina, em Salvador e morreu de forma trágica atingido por uma bala perdida na cabeça quando se preparava para dormir. As informações dadas pelos pais e vizinhos de Joel é que domingo em torno das 23 hs havia uma ronda da Polícia Militar no bairro e ocorreu um tiroteio, que atravessou a janela da casa do pequeno Joel atingindo-o.
Interrompeu-se um sonho!
O silêncio foi quebrado por gritos de socorro, dor e a agonia de não deixar a impunidade vigorar. “Com faixas, cartazes e ao som do toque do berimbau e roda de capoeira, os familiares, vizinhos, amigos da escola e do bairro, velaram o corpo do menino que era torcedor do Bahia, e por isso, foi enterrado junto com a bandeira do time. Após o momento do adeus, todos os presentes saíram em uma caminhada rápida pelo bairro, como forma de protesto pelo crime que chocou os moradores do local. (...) Joel estudava na 3ª série da Escola Municipal Maria Amália Paiva, no Nordeste de Amaralina. ‘Ele era um dos nossos melhores alunos’, destacou Mestre Mico que junto com o pai de Joel desenvolve trabalhos na Associação de Capoeira Gingado Baiano. ’Nosso trabalho é resgatar as crianças da rua e dar uma ocupação’, frisou.” (Cf.www.coreio24horas.com.br)
Mestre Ninha pai de Joel, iria viajar para a Itália em 2011 com ele. É importante destacar aqui uma mensagem da professora Naiara Bittencourt que circulou entre educadores/as da ACRA, expressando sua tristeza diante da crescente violência que vem ceifando a vida de crianças e jovens:
“Meu coração está dilacerado. Ligo a televisão para assistir as notícias do dia e vejo desgraça, tristeza... Meu Deus onde vamos parar? Por que tamanha violência e brutalidade com nossas crianças e jovens? Sou uma futura pedagoga e sinceramente... A cada dia que passa fico mais triste com a sociedade que estou inserida. Tráfico de drogas, polícia, justiça, paz, engano, vidas cortadas, choro, mãe, pai, tios, decapitação, sonhos... Quando me lembro da seguinte pergunta: '' o que faremos com a nossa juventude negra? '', feita há alguns meses atrás por Silvio, no auge desse desabafo, penso que não sei o que fazer. Será que os meus estudos, meus pensamentos por uma sociedade igual é impossível?Amigos e amigas és aqui um desabafo, um choro de alguém muito, muito triste com esse mundo!”
Não vamos utilizar esse espaço para desenvolver reflexões e argumentações de cunho sociológico, antropológico, jurídico, ou mesmo estatístico (dentro do esquadrinhamento do discurso acadêmico) sobre a dinâmica da violência que vem tragando o direito à existência em diversas comunalidades da Bahia e do Brasil. Queremos neste momento apenas registrar a nossa dor e comoção diante dos fatos que vêm se expandindo ao nosso redor, e nos deixando impotentes, angustiados/as.
Na ACRA as crianças, os jovens, pais e educadores/as indagam constantemente: O que fazer?Como assegurar aos nosso/as filhos/as o direito de ser, de sonhar, de ser feliz, de crescer com dignidade, ter direito à vida?
A ACRA aproveita o espaço do blog e convida todos/as vocês para pensar conosco essas questões (e outras que podem ser sugeridas pelos/as nossos/as visitantes), com o intuito de sugerir perspectivas de políticas públicas que cessem a dor e agonia que paira sobre as territorialidades afrobrasileiras, que infelizmente são as mais agredidas por essa dinâmica da violência.A seguir apresentamos um vídeo que tem o pequeno Joel com seu pai Mestre Ninha onde ele expressa o desejo e sonho de menino de ser como o pai, “um mestre de capoeira”.
Joel estava animado de ir para Itália em 2011 com o pai atendendo a um convite, para apresentar todo o seu talento e destreza na roda de capoeira herança de nossos ancestrais africanos.
Não vamos utilizar esse espaço para desenvolver reflexões e argumentações de cunho sociológico, antropológico, jurídico, ou mesmo estatístico (dentro do esquadrinhamento do discurso acadêmico) sobre a dinâmica da violência que vem tragando o direito à existência em diversas comunalidades da Bahia e do Brasil. Queremos neste momento apenas registrar a nossa dor e comoção diante dos fatos que vêm se expandindo ao nosso redor, e nos deixando impotentes, angustiados/as.
Na ACRA as crianças, os jovens, pais e educadores/as indagam constantemente: O que fazer?Como assegurar aos nosso/as filhos/as o direito de ser, de sonhar, de ser feliz, de crescer com dignidade, ter direito à vida?
A ACRA aproveita o espaço do blog e convida todos/as vocês para pensar conosco essas questões (e outras que podem ser sugeridas pelos/as nossos/as visitantes), com o intuito de sugerir perspectivas de políticas públicas que cessem a dor e agonia que paira sobre as territorialidades afrobrasileiras, que infelizmente são as mais agredidas por essa dinâmica da violência.A seguir apresentamos um vídeo que tem o pequeno Joel com seu pai Mestre Ninha onde ele expressa o desejo e sonho de menino de ser como o pai, “um mestre de capoeira”.
Joel estava animado de ir para Itália em 2011 com o pai atendendo a um convite, para apresentar todo o seu talento e destreza na roda de capoeira herança de nossos ancestrais africanos.
Fica aqui nosso carinho para a família de Joel através de um forte abraço das crianças, jovens, pais e educadores/as da ACRA.
O SONHOU NÃO ACABOU.
NOSSAS CRIANÇAS E JOVENS CONTINUAM A SONHAR.
Parafraseando o saudoso poeta Gonzaguinha:
"...Nunca se entregue nasça sempre com as manhãs.../Fé na vida,fé no homem/Fé no que virá..."
A boca, roda da palavra
ResponderExcluirAbre espaço pro chorar
Palavra doída que vai
E volta sem encantar
Ê, mundo dá Volta
Leva Joel e traz revolta
Volta do mundo, camará.
Rabo de arraia, queixada no sonho
AU batido por uma bala
Nossa, para onde vamos?
Ação antecede a fala
O verso hoje é feito fel
Mas na roda, por Joel
Nunca, nunca se cala.
Compartilho com Narcimária a indignação que a poesia se encontra diante desse brutal esvaziamento da vida e dos sonhos.
NÃO DESISTAM!!
Vai Joel! Vai jogar em outras rodas o viver e a esperança. Quam sabe de lá venham novas magias do viver.
Inté!
Sérgio Bahialista