O Programa de Pós-Graduação em Geografia e o Centro de Cartografia Aplicada da Universidade de Brasília,estará realizando nos dia 27-28 e 29/06/2012 um conjunto de eventos referentes à temática da “Geopolítica e Cartografia da Diáspora África – América – Brasil” sob a coordenação do Projeto Geografia Afro-Brasileira: Educação & Planejamento do Território
A África é o continente mais importante no suporte e na manutenção da estruturação do mundo nos últimos cinco séculos, particularmente na formação do Novo Mundo, a América. O tráfico de seres humanos para “o outro lado do Atlântico” foi, durante quase quatro séculos, uma das maiores e mais rendosas atividades dos negociantes do mundo mercantilista, a ponto de se tornar impossível precisar o número exato de africanos e africanas de variadas faixas etárias, retirados de seu habitat, com suas referências culturais e identitárias, a fim de serem incorporados às tarefas básicas para formação de uma nova realidade econômica, territorial e social. O Brasil Colonial, por sua vez, registra as maiores estatísticas de importação forçada de contingentes populacionais africanos ao longo dos séculos XVI a XIX e, a principal resposta deste processo secular é a estatística de 2ª. maior nação com registros de populações de matriz africana do planeta. Neste sentido, o papel geopolítico do país e, sobretudo educacional, constituem contextos fundamentais para uma compreensão e ações emergenciais, em torno das questões das populações e dos territórios de ascendência africana na sociedade brasileira contemporânea, notadamente excluídos da paisagem geográfica e da cartografia “oficial”. São três as atividades básicas: um colóquio com duas conferências e mesas redondas; o lançamento de um mapa educacional e duas oficinas temáticas.
As especificações desses eventos estão a seguir:
Traçar um perfil adequado do papel das culturas africanas e da população afro-brasileira na formação do Brasil ainda merece atenção e necessita de investigação e conhecimento. Esta é ainda, uma questão estrutural pendente no Estado brasileiro. A realização de um evento acadêmico específico sobre esta temática vem no sentido de “focar” com mais precisão demandas estruturais com pesquisadores históricos. O Colóquio é uma realização do Projeto GEOAFRO e do CIGA-UnB, com apoio do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UnB e patrocínio da Capes – MEC. O evento será realizado no Centro de Excelência em Turismo (CET-UnB), a inscrição é gratuita e aberto à comunidade em geral, particularmente, acadêmicos, técnicos governamentais e de empresas privadas, estudantes de graduação e pós-graduação, políticos, entidades sociais, profissionais e comunitárias, assim como, educadores/as de redes públicas e particulares de educação, entre outros. A inscrição é limitada à capacidade do espaço físico e haverá certificado para os participantes. A estrutura do Colóquio é a seguinte: Abertura – 08:30 – 09:00 hs / Conferência de Abertura: Diáspora Africana: Panorama das Pesquisas e Geopolítica - 09:00 – 10:00 hs / 1ª Mesa Redonda: A África, a Geopolítica Colonial do Brasil e o Território. 10:00 – 12:30 hs. / Almoço: 12:30 – 14:00 horas / 2ª Mesa Redonda: Espaços Africanizados do Brasil: Algumas Referências de Resistências, Sobrevivências e Reinvenções. 14:00 – 17:00 hs./ 17:30 Conferência de Encerramento: A Geopolítica Contemporânea África-Brasil. 17:30 – 18:30 hs. As inscrições, os nomes dos conferencistas e palestrantes, assim como outros informes do Colóquio, podem ser acessados no site: www.ciga.unb.br
Estabelecer e reconhecer outras perspectivas educacionais para uma compreensão do tráfico, da escravidão e da diáspora africana como elementos formadores da configuração do mundo contemporâneo constituem pressupostos básicos para traçar um contexto mais adequado do papel das culturas de matriz africana na formação do território e do povo brasileiro. Não podemos perder de vista que entre os principais entraves ao desempenho da população de matriz africana na nossa sociedade, se destaca a inferiorização deste na escola, e a raiz dessa desigualdade estaria na pré-escola. Primeiro, são os livros didáticos que ignoram o afro-brasileiro e os povos africanos como agentes ativos da formação geográfica e histórica do Brasil. Em seguida, a escola tem funcionado como uma espécie de segregadora informal.
A ideologia subjacente a essa prática de ocultação e distorção das referências afro-brasileira tem como objetivo não oferecer modelos relevantes que ajudem a construir uma auto-imagem positiva, nem dar referência a sua verdadeira territorialidade e sua história aqui e, sobretudo, na África. O Mapa Temático Educacional: Geopolítica da Diáspora África – América – Brasil. Séculos XV – XVI – XVII – XVIII – XIX, busca trazer elementos para colaborar na construção de outra territorialidade da população de matriz africana brasileira, a partir de “ferramentas educacionais” onde o (a) professor (a) dos distintos níveis formais de ensino possam alterar suas práticas na transmissão dos conteúdos de Geografia e de História, sobretudo. O produto cartográfico colorido em grande formato (1.20 m + 1.74 m) tem edição restrita (Mapas Editora & Consultoria) com preço de lançamento de R$ 100,00 (cem reais). Outras informações no site: www.ciga.unb.br ou www.rafaelsanziodosanjos.com.br
As Oficinas Temáticas constituem outro segmento dos programas em desenvolvimento do Projeto GEOAFRO, cuja função básica é colaborar com procedimentos práticos e ferramentas educacionais para o (a) professor (a) desenvolver conteúdos de matriz africana nos seus espaços de trabalho com maior segurança. As oficinas educacionais tem como pressuposto, o desenvolvimento de fases integradas. Utilizamos como instrumento básico de trabalho, os recursos das imagens cartográficas e fotográficas, pela sua possibilidade de ser eficiente na transmissão de conteúdos historiográficos e contemporâneos. Por outro lado, as demandas para compreensão das complexidades da dinâmica da sociedade são grandes e existem poucas disciplinas mais bem colocadas que a geografia e a cartografia para explicar as inúmeras indagações do que aconteceu, do que está acontecendo e do que pode acontecer no espaço geográfico. Apontamos ainda como objetivos das oficinas: 1. Contribuir efetivamente com informações sistematizadas para trazer à luz uma África como entidade histórica de relevância básica no Brasil contemporâneo; 2. Estímulo para a elaboração de material didático com indicações para alteração das práticas no processo de ensino-aprendizagem nos conteúdos que envolvem o território, sobretudo. Nesta oportunidade vamos realizar duas oficinas temáticas distintas, uma no dia 28/06 (A África, o Brasil e os Quilombos: Heranças Geográficas) e outra em seguida, 29/09 (Geografia e Cartografia da Diáspora África-América-Brasil). O investimento por oficina é de R$ 100,00 com o material didático de apoio já incluído e as inscrições podem ser feitas no site www.ciga.unb.br. Outras referências e informações estão a seguir. 6
RESULTADOS ESPERADOS
Acreditamos que nesse universo de carência e de disponibilização precária de informações que tratam da questão geográfica afro-brasileira e da educação, o nosso principal resultado esperado com uma publicação cartográfica e a realização de oficinas temáticas e um evento acadêmico, é instrumentalizar verdadeiramente o(a) professor(a), para que esse(a) possa juntar-se aos esforços de inúmeros(as) educadores(as) que tentam contribuir para a discussão e implementação de uma política educacional no país em que as questões étnica e territorial, sejam tratadas com mais seriedade. Preconizamos que um quadro de leis, somente, não muda um pensamento social dominante distorcido e preconceituoso, mas o conjunto de ações políticas dos profissionais de educação e das suas ferramentas de trabalho, podem efetivamente, construir uma transformação dos conteúdos de matriz africana no Brasil, secularmente distorcidos. Esta, talvez seja, uma das possibilidades mais consequentes, porque a significativa maioria dos professores e professoras, sobretudo nas escolas públicas das grandes cidades, são oriundos(as) de espaços e contextos sociais discriminados, ou seja, os espaços geográficos “invisíveis” no sistema dominante de mentalidade colonial.
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CONTATOS:
CIGA – UNB: 55 (61) 3107-7244
E-mail: contatosciga@gmail.com / Site: www.ciga.unb.br
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