As influências da Bahia na fundação das escolas de samba do Rio de Janeiro é tema da palestra “A gema carioca é afro-baiana”
A chegada das tias baianas no Rio de Janeiro, no fim dos séculos XIX e XX, levando a tradição religiosa africana e o samba, ritmo genuinamente brasileiro, influenciou na fundação das escolas de samba na cidade. Essa passagem histórica será contada pelo doutor em comunicação, filósofo e escritor Marco Aurélio Luz, durante a palestra “A gema carioca é afro-baiana”, que será realizada no dia 02 de junho, às 20h, no Teatro ISBA, com entrada gratuita, entre as ações em celebração dos 15 anos da FSBA e Teatro ISBA. O encontro, promovido pelo movimento cultural Bossa Samba Choro Social Clube, contará ainda com a participação do afoxé do Pai Burukô, o primeiro fundado na Bahia, em 1942. Uma grande roda de samba com bateria, puxador, passista, porta bandeira, mestre sala e baianas, encerra a apresentação.
O evento tem o objetivo de trazer a discussão para a nova geração, sobre como a Bahia influenciou no surgimento das escolas de samba no Rio de Janeiro, que hoje estão espalhadas por todo o mundo, além de mobilizar a cidade com o intuito de dar estrutura às escolas de samba inseridas nas comunidades de Salvador. “A ideia é marcar a trajetória da civilização africana que migrou da Bahia para o Rio”, afirma Marco Aurélio Luz.
Alaor Macedo, diretor do Bossa Samba Choro Social Clube, responsável pela realização do evento, destaca a importância de trazer o sambista para discussão. “Se queremos resgatar uma história não podemos matar a raiz. Precisamos dar opções de escolas de samba aos três milhões de habitantes de Salvador, para isso precisamos também encontrar um lugar onde seja possível montar uma estrutura em que se realize atividades sociais durante o ano inteiro e no fim do ano aconteça a apresentação das escolas de samba”, comenta Alaor.
Dos ranchos às escolas de samba
A baiana de Santo Amaro da Purificação, Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata foi o ponto de congregação da música, da arte e do que vai se desdobrar nas escolas de samba no Rio de Janeiro. “O que havia em Salvador eram ranchos, cortejos realizados na época do Natal. No Rio de Janeiro, o baiano Hilário Jovino foi o pioneiro ao levar seu rancho para sair no dia de Carnaval. O rancho já possuía coreografia, harmonia, mestre sala e porta bandeira”, conta Marco Aurélio.
Ciata, com o genro Germano, fundou o bloco de carnaval chamado Macaco é Ouro. “Na casa dela se reuniam músicos como Donga, João da Baiana e Pixinguinha, dentre outros compositores”, comenta Marco. Segundo o escritor, a primeira escola de Samba do Rio de Janeiro, chamada “Deixa Falar”, foi fundada por Marçal, quando Alcebíades Barcelos, conhecido como Bide, levou a percussão para o samba. “Os ranchos não tinham percussão e assim se formaram as escolas de samba, a partir dos ranchos de Salvador e Rio de Janeiro”, explica.
No Rio, o ponto de congregação era a Praça Onze, considerada a pequena África. Lá se reuniam descendentes de africanos. “O desdobramento dessa presença africana gerou a atualidade da escola de samba. Por isso existe ainda a “Ala das Baianas”, que é uma referência à Bahia”, conta Marco Aurélio.
Serviço:
Palestra “A gema carioca é afro-baiana”
Local: Teatro Isba
Data: 02/06/2016
Horário: 20h
Entrada Gratuita – Acesso sujeito à lotação do Espaço.
Informações à imprensa:
Luara Lemos: (71) 98698-0239 (OI)
/ 71 98102-7862 (TIM)
/ 71 98102-7862 (TIM)
Nenhum comentário:
Postar um comentário