segunda-feira, 14 de setembro de 2015

JOEL RUFINO, Historiador, Literato, e Muito Mais.


Por Marco Aurélio Luz




A excelência de Joel como escritor é que era um pensador versado no conhecimento da história e nas artes da literatura.




Joel Rufino dos Santos


Escreveu muitos livros admiráveis em diversos gêneros literários da história do Quilombo dos Palmares aos infanto- juvenis.

Convivi com Joel em diversos momentos em que nossa trajetórias proporcionaram, e foi ele quem fez o prefácio da 1ª edição do Cultura Negra e Ideologia do Recalque (1983).

O que muito me encantou também é que me identifiquei com o gosto de Joel pelo futebol, e pela aproximação de seu pensamento sobre a presença do negro na constituição do futebol arte tão admirado e por isso tão presente nas características da identidade do povo brasileiro.



              Leônidas, Friedenreich e Pelé, gerações que constituíram o futebol arte brasileiro.
foto disponível na internet
            Então em sua homenagem escolhemos apresentar uma página que demonstra não só seu estilo de magnifico contador de história mais também um profundo pensador referindo-se ao recalque neocolonial que atravessa nossas instituições oficiais especificamente do esporte.

Depois das performances do selecionado brasileiro nas copas de 1950 e 1954 Nelson Rodrigues se referiu ao “complexo de vira-lata” que atormentava o selecionado do futebol brasileiro.


Wangari Mattai

O recalque neocolonial é antigo e está nas origens da constituição do Estado.
Wangari Mattai nasceu no Quênia e tornou-se líder mundial pela preservação da natureza, tendo recebido o Prêmio Nobel da Paz e se tornado Representante da ONU.
Respeitada por sua coragem em expor suas convicções e reflexões, destaco a que se referiu ao pior legado do colonialismo. Trata-se do recalque dos valores das tradições civilizatórias anteriores a colonização.
Os Estados Nacionais pós coloniais promovem a rejeição desses valores e com ele o enfraquecimento de uma identidade própria e a baixa estima, caminho aberto para a constituição do neo colonialismo.
Joel Rufino narra a trajetória do jogador Fausto a Maravilha Negra, nos inícios do futebol brasileiro uma história de glória e tragédia consequência da formação do futebol arte, emergente dos valores e linguagens da tradição africano brasileira em contraposição às ideologias das estratégias neocartesianas europeias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário