Nos dias 21 a 24 de outubro na cidade de Seabra-Bahia, ocorreu o I Congresso Internacional de Línguas e Literaturas Africanas e Afrobrasilidades organizado pela Universidade do Estado da Bahia Campus XXIII. O evento contou com a participação de professores,escritores do país e do exterior, estudantes de pós-graduação e graduação. O CILLAA mobilizou a cidade de Seabra, e os moradores apresentavam grande satisfação em sediar o evento.
Caroline e Naiara com Professor Gildeci ,Diretor da Campus XXIII- Seabra/UNEB e Presidente do CIALLAA
As professoras e pesquisadoras Caroline Nepomuceno e Naiara Bittencourt integrantes do grupo de pesquisa Descolonização e Educação-PRODESE e da Associação Crianças Raízes do Abaeté-ACRA,participaram do evento apresentando aspectos das pesquisas que vêm realizando,expondo dois pôsteres com suas produções científicas sobre as atividades na ACRA e inquietações referentes à temática do evento.Cabe registrar também a participação do professor Abílio Manuel Marques que ensina de Inglês na ACRA,que apresentou o tema “O preconceito Lingüístico na sala de aula de uma escola em Lauro de Freitas”.
Professor Abílio apresentando seu estudo no evento
Do conjunto de temas discutidos, destaque para:”Aplicabilidade da Lei 11.645/08”;'' África e Africanidades''; ''Politicas Públicas e Ações Afirmativas'';'' Literaturas: Afrobrasileiras, Angolanas, Cabo-verdenses e Moçambicanas'';"Literatura e espaços Identitários''. Foi sem dúvida alguma,dias de intensas trocas de conhecimento e aprendizagens através da convivência com outras culturas.
Graduandos guineses do curso de Letras da UNEB Campus I e graduandas brasileiras do curso de Pedagogia UNEB/Campus I
No I Congresso Internacional de Línguas e Literaturas Africanas e Afrobrasilidades- CILLAA,foi enfatizado a necessidade da promoção de uma educação de qualidade, pautada na diversidade cultural,compreendendo o patrimônio da comunidades afrobrasileiras como basilares na formação do povo brasileiro. O CILLAA, assim chamado carinhosamente pelos participantes do evento, possibilitou a percepção de que “a África esta em nós”,e isso foi explorado através da riqueza das narrativas orais, literaturas,e dos depoimentos de luta e resistência que circularam nas rodas de discussão.
Naiara Bittencourt, Vilma Reis Coordenadora Executiva do CEAFRO e Caroline Nepomuceno
A professora Caroline Nepomuceno comentou:” um dos pontos marcantes e que causou sentimentos de esperança e perseverança ,são os esforços de superação dos valores que tendem a normalizar, hierarquizar e privilegiar grupos dominantes eurocêntricos,que detém o poder de disseminar seus interesses através do currículo escolar. Aqui,está o desafio: a implementação da Lei 11.645/08,que trata da inclusão no currículo escolar de abordagens alicerçadas no patrimônio civilizatório aborígine e africano no Brasil.”
Caroline Nepomuceno explorou no sua apresentação no âmbito do CILLAA o tema da sua pesquisa
“Compondo perspectivas de linguagens africanas e africano-brasileiras para o ensino da matemática”.Segunda a pesquisadora,a recepção das pessoas foi muito positiva, todos mostraram-se curiosos com a temática, pois a grande maioria, não tinha ainda contato com a Etnomatemática e muito menos com a Afroetnomátematica,.Um exemplo foi a observação feita pelo Professor Dr. Amarino Oliveira de Queiroz(Universidade Federal do rio Grande do Norte-UFRN): “Muito bom esse recorte! A Afroetnomatemática é novidade para mim, darei uma pesquisada.” Outro comentário foi Sandra Rejane Ferreira graduanda em Pedagogia e Coordenadora do Núcleo de Práticas Pedagógicas da Faculdade Montessoriana-FAMA, que se mostrou muito receptiva ao tema:” Nossa! Que coragem a sua, é muito difícil trazer essa temática para a sala de aula, ainda mas nessa perspectiva matemática.”
Participantes do I CILLAA e Caroline Nepomuceno apresentando seu pôster
Face a esses comentários a professora Caroline comentou: “o saldo foi muito positivo, colher e semear frutos em meio a uma temática tão debatida durantes esses anos, possibilitando novas práticas, novas ações, novos olhares.”
E ainda:
“Durante uma oficina, da qual fiz parte: Educação Quilombola nas aulas de Língua Portuguesa, com as professoras do Centro Educacional de Seabra Catiane de Araújo e Najara Maria Queiroz, foi maravilhoso ver como existem mulheres engajadas na luta pela valorização da educação quilombola, e ver todas as práticas utilizadas por elas no fazer pedagógico. É como se ‘desse um gás’ na gente, um impulso de energia no nosso caminhar, mostrando que é possível colocar nossas propostas em práticas obtendo um resultado positivo.” Afirma Caroline Nepomuceno.
O pôster apresentado pela Professora Naiara Bittencourt,trouxe como inquietação formas de superação da “pedagogia do silêncio” ainda em voga nas salas de aula: “Cala a boca menino/a! propondo linguagens criativas através do legado africano-brasileiro”.
Professores participantes do CILLAA assistem a exposição do tema de estudo de Naiara Bittencourt Sobre as impressões do CIALLAA, Naiara Bittencourt comentou:”O que nos deixou profundamente felizes foi a apresentação dos nossos trabalhos. Foi um momento de perceber o quanto nos sentíamos seguras ao explanar nossas pesquisas, foi um momento de troca de conhecimento, pois todos os ouvintes nos davam sugestões, foi um momento para defender nossas idéias, quando contestadas. Saímos do CILLAA, com um sentimento de que para mudar o currículo, nosso trabalho, como futuras pedagogas, deverá ser intenso junto a comunidade,escutando-a e aprendendo com ela.As comunidades são células importantes na constituição da identidade cultural de nossas crianças e jovens. Claro, que as dificuldades apareceram a todo o momento, mas o que seria de nós se não tivéssemos correndo nas '' nas veias'' o desejo pela mudança?”
Equipe Prodese mostrando que é possível sim, nada contra a corrente!
ResponderExcluirDescolonizando...
Vamos Caminhando!
Parabéns Professoras... Carol pela sua competência e criatividade. A Naiara pela forma doce e dinâmica, conquistando espaços. Vcs fazem a diferença!!!
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