Sérgio Bahialista na Praça Cairú defendendo os espaços públicos para a expansão da linguagem do Cordel
Por Sérgio Bahialista
Na manhã de sábado,
15/02/2014 um ato convocado pelo coletivo Luto por Salvador promoveu “O enterro
do cordel da praça Cairu”. A intervenção teve como objetivo protestar contra a
retirada da banca dos trovadores, existente há mais de 30 anos na praça
localizada em frente ao Mercado Modelo.
Calçadão da Praça Cairú
De acordo com a SECOP, os
cordelistas que atuavam no local foram considerados “vendedores ambulantes” e,
por isso, foram retirados da praça em outubro do ano passado. No entanto, a
banca é registrada na Ordem Brasileira de Literatura de Cordel, além de
representar uma importante tradição da cultura popular nordestina.
No ato de sábado, o coletivo
protestou não apenas contra a retirada dos cordelistas, mas também com a forma
com que a prefeitura vem conduzindo suas diversas ações: sem dialogar e sem
oferecer alternativas para os trabalhadores, majoritariamente de baixa renda.
“Quando ocorre o diálogo,
é sempre após as ações autoritárias da prefeitura. Primeiro se retira os
cordelistas, vendedores ambulantes, aumenta abusivamente o IPTU, destrói criminosamente
a Favelinha. Depois, quem quiser que corra atrás da prefeitura com seu pires na
mão, para reivindicar seus direitos ou buscar alternativas de trabalho.” –
afirmou um dos manifestantes, que não quis se identificar.
Dramatizando o "enterro do Cordel"
No enterro promovido pelo
coletivo, muitos transeuntes, turistas e vendedores ambulantes que circulavam
pelo local manifestaram apoio ao ato. A intervenção que durou cerca de duas
horas contou com recital, varal de cordel, além de um caixão que simbolizou o
enterro.
“Enterramos simbolicamente
o cordel, mas na verdade queremos ressuscitá-lo, já que ele foi enterrado pela
política cultural que o prefeito ACM Neto e suas secretarias impuseram aqui. O
cordel foi retirado de forma arbitrária, sem a mínima possibilidade de
argumentar, desrespeitando toda e qualquer forma de representação cultural que
o cordel tem na Bahia há mais de 40 anos, retirando a banca de cordel que
Rodolfo Coelho Cavalcante se esforçou tanto para colocar aqui.”, afirmou Sérgio
Bahialista, um dos cordelistas que participou do ato na praça Cairu.
Grupo de cordelistas dramatizando o "enterro do Cordel"
Nenhum comentário:
Postar um comentário