PARTE I
Marco Aurélio Luz realizou comunicação A Gema Carioca é Afro Baiana no auditório do teatro do Isba a convite da Lira Imperial do Samba.
A gradecendo
o convite, apresentou-se como irmão de Alaor Macedo por serem ambos filhos de
Mestre Didi Axipa Alaapini, que por sinal fazia aniversário no dia do samba,
então ele pediu licença para cantar uma estrofe do samba do Salgueiro:
"Vai meu
samba vai/ leva a dor traz a alegria".
Inspirado
nessa estrofe ele iniciou a comunicação dizendo que a cultura da tradição
africana tem na noção de odara o seu
princípio, a sua essência.
Odara quer
dizer bom e bonito, útil e belo simultaneamente. Essa noção torna-se então o
princípio da comunicação nas instituições da cultura africano brasileira ela
rege a "floresta dos símbolos"da religião que é a fonte de onde se desdobram
as outras expressões da civilização.
Igba du, a cabaça da existência, representação da criação do mundo
PEMBERTON III, Jonh.The Carvers of Northeast in Yorubá.NineCenturies of
African Art and Thought. New York City: The Center for African Art, 1989.
A cabaça Igba du composta de duas metades que se completam, simbolizam ou representam, a metade de cima Obatalá, o ar, e a de baixo Oduduwa a terra.
Desenhos geométricos em relevos revelam o infinito do existir e contornando as bordas sucessão de triângulos, o casal e o engendrado, o terceiro.
No interior da cabaça matérias massa substâncias constituintes do axé, branca, preta e vermelha e terra umedecida, ou pequena representação de Exú. Exú o orixá princípio do movimento sem ele nada se realizaria, não haveria a existência.
Exu, princípio do movimento, sem ele não haveria a existência.
Foto de Marco Aurélio Luz
Na terra ocorre o mistério do ciclo vital, o eterno renascimento, de onde viemos e um dia voltaremos para dar vez a outros.
Diz o itan, a história sagrada que para cada ser criado Obatalá criava uma árvore.
O arco íris manifesta os poderes do orixá Oxumaré, o ciclo vital nas suas múltiplas formas de existência, emergindo e retornando a terra.
Terra, ar, árvore, arco íris, movimento, elementos do existir
Foto disponível no Google
Então foi destacando as dimensões da civilização afro-baiana. A civilização africana reposta na Bahia e no Brasil é o berço da civilização.
Cheikh Anta Diop, intelectual senegalês dedicou sua vida acadêmica em pesquisar e comprovar a origem africana da civilização, demonstrando que recai no Egito negro faraônico de cerca de 6.000 a.c. o berço das principais conquistas da humanidade.
Doutor Cheikh Anta Diop
Foto disponível no Google
Religião, cosmologia, astronomia, filosofia, estética, matemática, escrita, medicina, engenharia, arquitetura, diversas técnicas de produção de instrumentos, navegação, domesticação de animais, agricultura, irrigação, artes diversas, vestuário, penteados, jóias etc. etc. constituem o legado do Egito negro faraônico
Templo de Ramsés II e Nerfertari
Foto disponível no Google
Entidades protetoras do faraó
Foto disponível no Google
No que se refere o legado Yorubá, em suas origens a arte Nok e as esculturas de terracota e bronze atesta a sofisticação da herança cultural de Ilé Ifé.
Escultura do Oni Ifé em terracota
PEMBERTON III, Jonh.The Carvers of Northeast in Yorubá.NineCenturies of
African Art and Thought. New York City: The Center for African Art, 1989.
Escultura do Oni Ifé em bronze.
Foto disponível no Google
Ilé Ifé a cidade sagrada onde Oduduwa desceu a Terra significa a terra que se expande. Oraniyan foi o orixá que expandiu o reino e o cetro o Opa Oraniyan é um monumento que registra esse périplo, que hoje chega até nós, esse contínuo civilizatório.
Mestre Didi visitou sua família da linhagem Axipa em Ketu e Oyó ao lado do Opa Oraniyan em Ile Ifé.
Foto Marco Kalisch
Em 1981 realizou-se na Universidade de Ifé, a Iª Conferência Mundial da tradição dos orixá e Cultura.
O rei de Ifé assim saudou os visitantes presentes:
"Eu digo para nunca esquecerem o lugar de suas origens. Se nós participamos na religião de outros, se nós aprendemos a cultura dos outros, não devemos esquecer a nossa. Portanto, nós não devemos usar nossas mãos para relegar nossa própria cultura a posições inferiores. Toda pessoa deve aprender a colocar-se a si mesma num pedestal. Isto porque a galinha é que se abaixa quando está entrando em casa. Meus filhos, todos os tesouros do povo yoruba estão em Ilé-Ifé. Ifé é o lar e a origem de todos nós... Ilé-Ifé é a terra sagrada do povo negro e de todos os devotos da religião dos Orixás espalhados pelo mundo. Foi aqui em Ifé que Oduduwa criou a Terra sobre a qual todos nós hoje estamos em pé e no seio da qual nós desapareceremos quando mudarmos nossa presente posição mortal! Oduduwa que desceu para a terra numa corrente, e que foi o primeiro Olofin, não deixará secar nunca a fonte de vossa sabedoria. Eu saúdo a vossa coragem. Eu saúdo vossa paciência. Eu estou muito feliz por ver que vocês não esqueceram o seu lar ancestral." (Oba Okunade Sijuwade, Olubuse II, Rei de Ifé.)
Oni Ifé o rei de Ifé
Foto de Marco Kalisch
Ekiti é uma importante região do complexo social yoruba. Aí se realiza um festival na forma de um cortejo e desfile religioso que presentifica uma cosmologia.
Pemberton III conta que o povo reunido com autoridades religiosas,aguardam a passagem dos ancestrais, que através das esculturas simbólicas que portam sobre a cabeça, narram aspectos fundamentais dos princípios queregem a trajetória da humanidade e da comunalidade nagô-yorubá.
Primeiramente aparece Oloko, o senhor do campo, da savana, trazendoa escultura do leopardo abatendo o antílope, representação do predador.
Cortejo sagrado de Ekiti
PEMBERTON III, Jonh.The Carvers of Northeast in Yorubá.NineCenturies of
African Art and Thought. New York City: The Center for African Art, 1989.
O caçador, no alvorecer da humanidade é um dos seus principais aspectos desde os seus inícios enquanto espécie.
Depois surge na área de danças dramáticas o ancestre que traz a esculturado Ologun, o guerreiro, Elexin, o cavaleiro com lança, o caçador, o desbravador.
Depois das evoluções desses ancestres, saudando as autoridades
religiosas, e dançando envolvidos pelo povo, abre-se espaço para o aparecimento
de Ao, ancestre que traz a representação dos poderes do Babalawo, o consultor do oráculo, pai dos mistérios do fluxo dos destinos e do Onixegun ou Babalosaiyn, o sacerdote conhecedor das folhas e das poções e preparos religiosos emedicinais. “São poderes essenciais para estabelecer e manter o bem estar pessoal e social do guerreiro ,bem como físico e a arte militar do guerreiro”(1)
O Festival atinge um clímax com a chegada de Eyelaxé a representaçãosimbólica da escultura que magnifica e qualifica a mãe que possui o poder.
Eyelaxe ou Iya Ibeji
PEMBERTON III, Jonh.The Carvers of Northeast in Yorubá.NineCenturies of
African Art and Thought. New York City: The Center for African Art, 1989.
Também conhecida como Iyá Ibeji mãe dos gêmeos,significando fertilidade feminina.
Finalmente surge o Orangun, título de um dos reis da região, sua escultura símbolo é do rei cavaleiro rodeado de tudo que é gente das comunidades
aldeãs ou das cidades, caçadores, guerreiros, ferreiros, músicos que estão todossob um pálio protetor, ou imenso guarda-sol.
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Orangun
PEMBERTON III, Jonh.The Carvers of Northeast in Yorubá.NineCenturies of
African Art and Thought. New York City: The Center for African Art, 1989.
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PARTE II
A pujança da tradição religiosa africana reposta na cidade de Salvador no inicio do século XX, ensejou que a venerável Mãe Aninha, Iyalorixá Oba Biyi se referir a ela como a "Roma Negra"em analogia com a sede do catolicismo.
Nessa época houve uma forte emigração negro baiana para o Rio de Janeiro então capital da República.
Essa população localizou-se na região portuária e aí estabeleceu suas fortes tradições culturais.
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Mãe Aninha, senhora Eugenia Anna dos Santos foi fundadora do Ilê Axé Opo Afonjá na Bahia, e também no Rio de Janeiro por ocasião de suas inúmeras viagens.
Foi a Iyalorixá Oba biyi quem iniciou Mãe Agripina de Souza Oba Deiy a primeira Iyalorixá do Axé Opo Afonjá do Rio de Janeiro e sua sucessora Mãe Cantu, Cantulina Pacheco Aira Tola.
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Estiveram no Rio também com a Iyalorixá Oba Biyi, o Babalorixá Oba Saniya, sr. Joaquim Vieira, avô de Mãe Cantu, e o Babalawo Bangboxe Obitiko Sr. Rodolpho Martins de Andrade originário do reino de Oyó.
Bangboxê Obitiko
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Ele veio da África para
o Brasil na mesma ocasião do retorno da sra. Marcelina da Silva iyalorixá Oba
Tossi, da linhagem Axipá.
Tanto Oba Saniya quanto
Bangboxe fundaram ilê axé, casa de axé no Rio de Janeiro.
Depois que retornou à
Bahia Bangboxe deixou a casa aos cuidados do sr. João Alaba.
Tia Ciata, senhora Hilária
Batista de Almeida, nascida em Sto. Amaro, foi Iya Kekere do terreiro de João
Alaba.
Tia Ciata, Iya Kekere
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A
cura de uma ferida na perna do presidente Wenceslau Braz através da medicina
africana, proporcionou que sua casa se tornasse um centro de reuniões de
religiosos, músicos, artistas, líderes, enfim toda gente que irão compor a
Pequena África no Rio de Janeiro.
Nas primeiras décadas
do século passado uma forte repressão policial se abatia sobre as instituições
de origem africana e suas lideranças.
Centro de irradiação da
cultura afro-baiana ranchos de natal e blocos de carnaval ganhavam as ruas no
ciclo natalino e nas festas carnavalescas.
Tia Ciata organizava
vários ranchos, dentre os quais o Rosa Branca.
Hilário Jovino Ogan Lalu e filhos Foto disponível no Google
Hilário Jovino, Lalu de Ouro, era ogã do terreiro de João Alagba. Veio também da Bahia e fundou também um rancho o Rei de Ouro, que depois transferiu para sair nos dias de carnaval
Casal de mestre sala e porta bandeira originário dos ranchos.
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Porta-bandeira, mestre sala, porta machado, batedores, comissão de frente, mestre de harmonia canto e coreografia, eram elementos que compunha o rancho.Blocos de carnaval como O Macaco é Outro, fundado por Germano, genro de Tia Ciata também animavam o carnaval da Pequena África.
Músicos famosos como Donga, João da Baiana, Pixinguinha, Sinhô e tantos outros frequentavam a casa de Tia Ciata. Formaram conjuntos que se apresentaram mundo afora e Pelo Telefone samba maxixe composto por Donga foi o primeiro a ser gravado e transformado em disco.
João da Baiana, Clementina, Pixinguinha e Donga
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Na região do Catumbi grupos de sambistas inspirados na estruturação dos ranchos introduziram no cortejo novos elementos e fundaram a Deixa Falar, a primeira escola de samba.
A principal novidade foi a introdução de percussão e da música percussiva, o samba. Bide, Marçal e Silas de Oliveira, foram os fundadores.
Silas de Oliveira
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Surgiram então outras
escolas de samba que desfilavam na Praça Onze e se tornaram o ponto culminante
desse afro-carnaval.
A Mangueira, a Portela, Salgueiro e outras mais promoviam o brilhantismo do carnaval agregando o povo, fortalecendo a identidade cultural.
Comissão de Frente da Mangueira com a presença de Cartola e Nelson Cavaquinho.
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Paulo da Portela foi quem introduziu a comissão de frente de dignatários e a ala das baianas, homenagem a Tia Ciata e tantas outras Tias tornou-se um item obrigatório.
Ala das Baianas
Foto disponível no Google
Foto disponível no Google
Ala das Baianas homenagem à Tia Ciata e outras senhoras da tradição afro baiana.
Em 1930 o jornalista Mario Filho promoveu um concurso de desfiles das escolas de samba em frente a sede do Jornal do Brasil.
Em 1930 o jornalista Mario Filho promoveu um concurso de desfiles das escolas de samba em frente a sede do Jornal do Brasil.
Em certa ocasião Toniquinho funcionário do Teatro Municipal conseguiu montar um enredo baseado na ópera Aída colocando holofotes cedidos pela Marinha. Foi o início da participação da figura do carnavalesco.
Os concursos com premiações delimitaram a nova forma de desfiles, o que Cartola líder da Mangueira definiu como "a escola de samba hoje é um teatro ambulante".
Não se pode deixar de registrar a presença do afoxé no Rio de Janeiro.
Mestre Didi Axipa Alapini e Asogba, fundador da Troça Carnavalesca Pae Buroko.
Foto de Jorge Mendes dos Santos
Em Salvador um dos mais antigos é a Troça Carnavalesca Pai Buroko fundado por Mestre Didi ainda no tempo de Mãe Aninha.
Filhos de Gandhi em Salvador
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Outro famoso é o Filhos de Gandhi que possui um desdobramento no Rio de Janeiro e é a entidade que abre os desfiles das escolas de samba.
Filhos de Gandhi do Rio de Janeiro.
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A entrada da TV nos desfiles vai alterar bastante, dando valor as imagens, dimensões visuais em detrimento da estética original. Além disso, impondo essa estética adaptada a linguagem do espetáculo cria especialistas que irão referendá-la nos concursos.
É neste caudal que se afirmam os carnavalescos mais próximos de escolas de samba de menos tradição. É tempo de Beija Flor, Unidos da Tijuca, Vila Isabel dentre outras. Monumentais carros alegóricos e personagens do mundo do espetáculo ganham espaço e poder nos desfiles.
Carros alegóricos de altura descomunal transformam os valores e a linguagem dos desfiles
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Transformam a comissão de frente originalmente formada pelos dignitários da escola, criação da Portela, e a ala das baianas, homenagem à tradição. O samba no pé dá vez às coreografias de passo marcado das alas. Enfim, surge ´´o maior espetáculo da Terra´´. Altera-se tempo e espaço e o ritmo da bateria. Essa linguagem transfere para o carnavalesco o poder de organização e até mesmo na ala de compositores ele terá ingerência na composição do samba. As escolas de samba adquirem feição empresarial exigindo corpus administrativo.
Uma luta ideológica se estabelece entre líderes da tradição e os que navegam pela indústria do espetáculo.
Clementina e Candeia, lideranças da tradição reagem as mudanças.
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Neste ano o novo se apresenta através dos ventos de Oya. A tradição da Mangueira se renova. Um desfile magnifico através da recriação dos valores e linguagem da estética africano brasileira.
O jovem carnavalesco da Mangueira, Leandro Vieira se referiu:
"Queria fazer um enredo que dialogasse com a cultura brasileira e acho que a Bethânia representa muito bem esse diálogo".
Carro alegórico
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Homenagem aos dignitários; Nelson Sargento
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No centro do carro sentado numa cadeira imponente Nelson Sargento, atualmente um dos líderes compositor mais antigo da Mangueira.
A representação de búfalos, alude ao animal que faz parte da simbologia de Oya ou Iyansan, mãe dos nove espaços do orun, do além.
Búfalos animais relacionados a Oya Iyansan
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É da calda do animal que são confeccionados os irukere, paramento com que Iyansan
varre os males espirituais comandando os ancestrais.
Irukere, paramento de Oya.
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A representação da iyawo presente na estilização da porta bandeira alude a continuidade ininterrupta da tradição religiosa fonte da cultura.
Porta Bandeira da Mangueira
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A continuidade das iniciações por sua vez, é a coluna que sustenta a preservação e a expansão dos valores e a linguagem da tradição.
Mestre Sala e Porta Bandeira
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O casal porta bandeira e mestre sala com suas evoluções garantem a continuidade ininterrupta da agremiação, a Estação Primeira de Mangueira.
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PARTE III
Apresentação no teatro do ISBA
Marco Aurélio Luz inicia apresentação da palestra
Das Mãos de Alaor Macedo da Lira Imperial do Samba recebe o troféu comemorativo Tia Ciata
Apresentação do afoxé TROÇA CARNAVALESCA PAE BUROKO
Peu Sárépegbé é quem canta as cantigas em ritmo ijexá
O Sárépegbe convida o palestrante e integrante do Pae Burokô o Oju Oba a subir ao Palco
"Entra in beco sái in beco"
"Jiri Bun Bun qui tera é nossa!"
Apresentação da LIRA IMPERIAL DO SAMBA
Alaor Macedo canta os sambas da LIRA IMPERIAL DO SAMBA
A Bateria no encerramento agradece os aplausos.
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