Unidos da Tijuca 2014
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Por
Marco Aurélio Luz Oju Oba
As
Escolas de Samba do Rio de Janeiro surgiram na ambiência da casa de Tia Ciata,
Omo Oxum e Iya Kekere, em meio aos desfiles de Ranchos.
Hilário Jovino Ferreira, Lalu de ouro, Ogan
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Além disso, a formação dos ranchos, tinha comissão de frente, mestre de harmonia, canto e coreografia. Estava lançada então, a semente das Escolas de Samba.
Tia Ciata Iya Kekere do terreiro de João Alaba fundado por Bangbose Obitiko.
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Hilário
Jovino Ferreira, Lalu de Ouro, Ogã da casa de João Alaba, transferiu a data de
saída de seu rancho, o Rei de Ouro, de 6 de janeiro para os dias de carnaval,
com transformações e adaptações a
exemplo das novas figurações de Mestre Sala, Porta Bandeira, porta machado e
batedores.Hilário Jovino Ferreira, Lalu de ouro, Ogan
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Além disso, a formação dos ranchos, tinha comissão de frente, mestre de harmonia, canto e coreografia. Estava lançada então, a semente das Escolas de Samba.
Quando
Ismael Silva e outros acrescentaram a percussão, estava instalado os pilares
desse processo criativo.
Ismael Silva que fundou a Deixa Falar, primeira Escola de Samba
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Novas
agremiações se formaram e desfilavam na legendária Praça XI num grande
congraçamento que Heitor dos Prazeres classificou de “Pequena África”.
Com
o “bota abaixo” do prefeito Pereira Passos e o fim da Praça XI, os desfiles se
deslocaram principalmente para a Av. Rio Branco onde estava o Jornal do Brasil.
Toniquinho
um funcionário do Teatro Municipal, resolveu encenar na Escola de Samba a ópera
Aída. Conseguiu potentes faróis da Marinha e postou-se em frente ao Jornal do
Brasil. O jornalista Mário Filho impressionado, idealizou e deu início aos
concursos e premiações dos desfiles. Estava postado o “ovo da serpente”: a
combinação da linguagem teatral com a linguagem da mídia.
Mestre
Cartola mais adiante sentenciou: “as Escolas de Samba se transformaram em
teatro ambulante".
Angenor de Oliveira, o Mestre Cartola líder da Mangueira
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A
entrada da TV nos desfiles, vai alterar bastante a dimensão da linguagem
estética comunitária fundadora das Escolas de Samba. O valor realçado pela
televisão aos desfiles, ficou vinculado as dimensões visuais espetaculares em
detrimento da estética original, impondo a linguagem do espetáculo criando “especialistas”
que irão referendá-la nos concursos.
É
neste caudal que se afirmam os carnavalescos mais próximos de Escolas de Samba
de menos tradição. Fantásticos carros alegóricos, números circenses e
personagens do mundo da indústria cultural ganham espaço e poder nos desfiles,
diminuindo a presença da comunidade.
Transformam a ala das baianas e a
comissão de frente criação da Portela, originalmente formada pelos dignitários
da Escola, espaços fundamentais em homenagem à tradição. O samba sofre
transformações na música e na dança.
As agremiações mais
tradicionais tentam manter uma referência da identidade original escolhendo
temas que constituam uma “ópera negra”.
Nesse ano o Salgueiro se aproximou com
o tema Sango seu orixá patrono, inclusive recebendo uma carta do Alaafin rei de
Oyó.
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Todavia, apesar da
excelência do samba enredo e da bateria, o cortejo foi envolvido pela ideologia
do “sincretismo” que comprometeu e prejudicou a apresentação.
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