domingo, 14 de julho de 2013

REVOLTA SÓ POR R$ 0,20? AONDE, PAI? NUNCA!

Por Sérgio Bahialista
 
Meu povo, eu voltei

No cordel tão aprumado

Pra fazer o meu papel
E dar o meu recado

Pois minha sina sempre foi
Do povo tá sempre do lado

 

Se o gigante acordou
Bahialista nunca dormiu

Assim como as comunidades
Que costuram todo Brasil

Que sofrem com genocídio
Dos jovens negros a mil

 

Como diz Gonzaguinha
Que eu gosto de ouvir:

“O copo está cheio
Não dá mais pra engolir”.

É assim que a Nação
Brasileira logo eu vi.

 

 Junho de 2013
Mês e ano que marcou

O Movimento do Brasil
Contra tudo que passou

Disse NÃO aos corruptos
E para as ruas marchou

 
Eu fui um dos que lutou

Há 10 anos fui pra frente
Na Revolta do Buzú

Por um transporte decente

Não podia ficar em casa
No Facebook sorridente

 


Também fui para as ruas
Esganar o meu gogó

Engrossar o caldo a mil
Pra fazer um mocotó

Que dá sustança pro povo
Levantar num salto só

 
Mas digo que a revolta
Que hoje tomou o Brasil

Essa aí já começou
Há muito tempo e tu, não viu.

Resistindo a muitas coisas
Os filhos desta mãe gentil (gentil?)

 

Contra o tal Feliciano
Safado, sem vergonha

Contra a tal “cura” Gay
Essa ideia tão medonha.

Que reforça o discurso
De “pureza” que ele sonha

 

Contra a tal intolerância
Religiosa que ameaça

Invadiu a Câmara
De Vereadores, na praça,

O povo do Candomblé
Revolta do Atabaque é

O levante feito na raça

 

As ocupações indígenas

Contra os latifundiários
Cobrando com juros o roubo

Do bando de mercenários
Que historicamente

Exterminou índios lendários

 E a Revolta das Caxirolas?
O Bahia da Torcida

Da nação tricolAÇO
Com a moral ferida

Pelo presidente do Bahêa,
Tem lembrança merecida. (Fora MGF!)

 
Se eu for listar aqui

Todas as revoltas do povo
As do dia a dia, regionais,

O cordel não sai do ovo
Mas se a leitora e o leitor

Não entender o meu clamor
Explico tudinho de novo (depois)





Imagem disponível em
http://derepenteocordel.com.br/literatura-de-cordel-por-chico-de-assis/
Isso tudo é para dizer

Que o momento é histórico
2013 é o estopim

E não momento alegórico,
Por mais que a Globo diga

Que é vandalismo e briga
Com o seu jeito eufórico.

 

Não me resumo à Rede
Esgoto de Televisão (pra bom entendedor, meio verso basta)

Vou pra rua, reivindico
Sempre foi assim, meu irmão

Ensino isso aos educandos
Pratico o que digo, sangue bão

 

Mas tudo com criticidade

E aqui quero avaliar
Esse Movimento e toda

A manobra que aí está
Quase um golpe de Estado

Que está a manipular

 
Vi muita gente no oba-oba
Só tirando foto demais

Só para postar no Facebook
E outras redes sociais

Bebendo cerveja, abusando
Pra ficar bêbado, agitando

“Ela não anda, desfila demais”.

 
Tudo bem, faz parte né?
O gigante mal acordou

Ai já pedir demais.
O que passou, passou.

Mas o propósito geral
Valeu mais porque marcou.

 

Como em qualquer movimento

Sempre há infiltração
Os Atos de vandalismo

Vão sujando a condução
Ética do propósito

De procurar confusão

 
Apesar de se mostrar
Movimento ainda imaturo

Valeu a pena mesmo
Lutar pelo futuro

E aprender com os erros
Pra encarar o jogo duro

 
Ainda mais com uma policia

Preparada só pra matar
E para cada vez mais

Não entender o popular
Impor o Poder do Estado

Sobre o do povo a chorar
 

Deixem dessa besteira
De Impeachment Dilma

O buraco é mais embaixo
É o que a Globo não filma

A merda tá no Congresso
No senado tão regresso

E carniça tá por cima

 
E a FIFA veio aqui

Ditar o que tem que fazer
Assim a revolta sobe

E o estopim vem por querer
Pra acreditar afoito

Que nem o Maio de 68
Na França fez estremecer.

 
O movimento é revolução?
Talvez um primeiro passo

O que vi no manifesto,

Nas ruas, saiu do compasso,

Pois PM é truculenta

A luta só se sustenta

Com estratégia e arregaço

 
Ok, o gigante acordou.
Acordamos a mais de mil

Nós “panhamos” em alta
Filhos do solo, mãe gentil.

É hora do próximo passo
Pátria amada, Brasil!

E qual será? AVANTE!

 

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