Composição da mesa que realizou as homenagens ao Centenário de Mestre Didi
A
sessão especial realizada nesta segunda-feira, 6, no plenário da Assembleia
Legislativa, sob a responsabilidade da Deputada Fabíola Mansur, ela abriu os trabalhos da série de
homenagens ao centenário de Deoscoredes Maximiliano dos Santos:
" Mais conhecido como Mestre Didi, ele nasceu em 2 de dezembro de 1917 e foi sacerdote, escultor e escritor, com grandes contribuições nas três faces de sua vida religiosa e intelectual.
" Mais conhecido como Mestre Didi, ele nasceu em 2 de dezembro de 1917 e foi sacerdote, escultor e escritor, com grandes contribuições nas três faces de sua vida religiosa e intelectual.
Com exposições no Brasil e no exterior, ganhou diversos prêmios e
foi um dos mais importantes sacerdotes do culto aos egunguns no mundo. Mestre
Didi morreu em 6 de outubro de 2013 e deixou como viúva a antropóloga Juana
Elbein dos Santos que, presente à sessão, foi agraciada com uma placa, assim
como a filha dele, a professora da Unicamp e cantora lírica Inaicyra Falcão dos
Santos, que brindou a plateia com uma belíssima interpretação à capela de uma
música composta para o pai.
Nidia dos Santos Badabarawo e Inaicyra Falcão dos Santos To Kun Bo filhas de Mestre Didi recebem a placa de homenagem das mãos da deputada Fabiola Mansur
Juana Elbein dos Santos Elefunde Egide recebe placa de homenagem entregue pela Deputada Fabíola Mansur
“Novembro
é mês da Cultura, e também o mês da Consciência Negra e por isso resolvemos
antecipar esta homenagem para reverenciar a arte e ética do grande sacerdote e
do extraordinário artista plástico que dedicou a vida e o trabalho à
valorização da ancestralidade africana para a cultura do Brasil”, destacou
Fabíola.
Genaldo Novaes Alagba nile Asipa e Balbino Daniel de Paula Alagba nile Agboula prestam homenagens a Mestre Didi
A
deputada socialista aproveitou a ocasião para apelar à sensibilidade dos
colegas parlamentares a darem celeridade à aprovação de projeto de sua autoria
que cria a Comenda da Liberdade Revolta dos Búzios, dedicada aos defensores da
igualdade e da fraternidade humana, e cujo primeiro agraciado será, segundo ela, o próprio Mestre Didi, in
memoriam.
Fonte: informativo digital de divulgação das
atividades do mandato parlamentar da deputada estadual Fabíola Mansur (PSB).
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MESTRE
DIDI ASIPA ALAPINI
Por
Marco Aurélio Luz
Marco Aurélio Luz Oju Oba e Elebogi realiza comunicação enaltecendo os valores de Mestre Didi
Muitos
líderes se destacaram no panorama mundial por lutarem pela liberdade, pelo fim
do apartheid, pelo fim do racismo, pelos direitos civis, Mestre Didi se destaca
pela reposição da religião africano brasileira fonte de civilização que irriga
a alma brasileira.
O
destino fez de Mestre Didi um Omo Bibi, um bem-nascido, pertencente a linhagem
Asipa originária da nobreza de Oyo capital do antigo império nagô/yoruba e uma
das sete famílias fundadoras da cidade de Ketú.
Sua
ascendência no Brasil inclui as fundadoras da primeira casa de axé de culto aos
orixá, o Ilê Ase Aira Intile, (Casa Branca); Iyaluso Odana Dana, Iya Naso Oyo,
Iyalorixá Oba Tosi Sra. Marcelina da Silva todas da linhagem Asipa.
A
Iyalorixá Oba Tosi foi quem fez a iniciação dentre muitas outras, de Maria
Julia da Conceição Nazaré, fundadora e primeira Iyalorixá do Ile Iya Omi Ase
Iyamase (Gantuá), e de Eugenia Anna dos Santos Iyalorixá Oba Biyi e fundadora
do Ile Ase Opo Afonja .
A
mãe de Mestre Didi, Maria Bibiana do Espírito Santo Oxun Muiwa, foi iyalorixá
do Ile Ase Opo Afonja. Descendente da linhagem Asipa recebeu o título de Iya
Naso Oyo Akala Mabo Olodumare Ase Da Ade Ta, outorgado pelo Alafin Oyo, rei de
Oyo.
Ela
deu grande projeção ao terreiro adotando uma estratégia de procurar inserir a
tradição nagô na sociedade “oficial”. Da porteira para dentro, da porteira para
fora, deu prosseguimento as ações de Mãe Aninha Iyalorixá Oba Biyi.
Por
essas e outras que Mestre Didi declarou um dia: “A história da tradição de
culto aos orixá se confunde com a história de minha família”.
Ele
mesmo ampliou a história da reposição da tradição religiosa nagô em nossa
terra.
O
legado de sua ancestralidade trouxe desde cedo os compromissos de um sacerdote
de obter os conhecimentos necessários a manutenção, a circulação e a expansão
de axé.
O
destino o levou a ilha de Itaparica e foi iniciado no culto aos egungun aos 8
anos de idade por Marcos Alapini, que era zelador de Baba Olukotun Olori Egun,
um dos mais antigos ancestrais que viera da África trazido por ele e seu pai
Marcos O Velho, durante o tempo que lá
permaneceu aprofundando seus conhecimentos.
Mestre
Didi participou dessa “corrente” de Baba Egun com o posto de Ojé Korikowe
Olukotun o escriba de Baba Olukotun.
Com
15 anos de idade recebeu de Mãe Aninha o posto de Asogba supremo sacerdote do
templo de Obaluaiye.
É
nessa função que se tornará escultor e responsável pelos paramentos do ritual
dos orixá ninu ile, Nanan, Obaluaiye e Oxumare.
Desde
aí nasce o sacerdote artista quando brota o talento na realização de suas
famosas recriações que o projetam internacionalmente.
Como
escritor revelará a escritura da tradição dos contos, literatura original que
estabelecerá um gênero literário.
Realizou
o encontro histórico com sua família Asipa em Ketu no encontro com o Alaaketu
em 1967.
Responsável
pelo legado da corrente de Olukotun e Alapala recebeu o título de Alapini
Ipekun Oiye e fundou em 1980 o Ile Asipa.
Participou
de inúmeras instituições de promoção da cultura, valores e linguagem
africano-brasileira concorrendo para a legitimação desse contínuo
civilizatório.
Promoveu
as Conferência Mundial da Tradição dos Orixá, e em 1983 no Centro de Convenções
deparou-se com o Elejibo, rei de Ejibo. Depois de ele ser saudado
respeitosamente por quem ia passando com dodobale indagou de Mestre Didi se não
faria o mesmo. O Mestre respondeu dizendo que não se tratava de querer mas que
não podia por ter o título de Alapini sacerdote acima de rei.
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