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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Eterna senhora filha de Oxóssi




OFA símbolo de Oxóssi





Marlon Marcos


Eu preciso escrever seu nome: Maria Stella de Azevedo Santos, Odé Kayodê, IyáStella de Oxóssi do Ilê Axé Opô Afonjá. Agora, me esforço para estar na seriedade do seu silêncio e dizer aos vivos fragmentos da intensa admiração que nutro pela sua trajetória e pela pessoa que a senhora esculpiu nesta vida:  mulher, mãe, sacerdotisa, intelectual, poeta, escritora, enfermeira e amante dos amores que iluminaram sua vida... Mulher.
Escrevo à coragem e à força que governaram, com sabedoria, um império. Não há aqui um canto de despedida, e sim, meu peito rasgando-se de orgulho pelas luzes lançadas aos praticantes do candomblé, pelo exemplo e palavras espalhadas ao mundo, compondo este sacerdócio regido por Xangô, tão imprescindível para a consolidação institucional da nossa fé negroafricana redimensionada no Brasil.



Inauguração do busto de Mãe Aninha Iyalorixá Oba Biyi fundadora do ile Ase Opo Afonja




A mãe negra das profundas lições. O Afonjá é a casa de todos nós, patrimônio dos nossos cuidados, justamente porque no Orixá, a senhora cumpriu a tradição das mais velhas, e se estendeu a tudo que preza e consolida a civilização brasileira, e nossa religião elaborou o Brasil em múltiplas perspectivas, que vão da maneira brasileira de ser até a profundidade das nossas artes dialogando com o mundo.

Ile Ase Opo Afonja com a casa de Xangô orixá patrono em primeiro plano.

A flecha corta o céu. O caçador é o senhor do segredo. O tempo está além. Sem passado, sem futuro. Além no agora: seus escritos são a poética da continuação. Estamos sob a égide da negra mulher ancestral – rente e luminosa -, adentrando florestas, gerando provimentos, abrindo frestas, reconstruindo instantes, dançando com a eternidade.



Museu Ohun Lailai obra de Iyalorixa Ode Kayode




Os atabaques nos invadem: a cada som, a sua imagem. Altiva rainha efetivando comunidades e ensinando a um povo. O esteio daqueles que a circundaram na missão de servir aos orixás que alicerçam a humanidade. Seu jogo certeiro como olho e fala a cuidar da espiritualidade que nos enriquece porque é mistério. O seu corpo ancião como elo do que nunca se desliga. O seu descanso carnal a realimentar a fé de quem ainda fica e ficará na força amorosa que domina nossas cabeças.
O caçador é maior que a morte. E a morte é um mero caminho. Trânsito. Poema noturno ensolarado. A morte é a força dos que se somaram ao tempo. É o vento da transformação. A morte é o domínio de Oyá, é a supremacia de Nanã. É o estar da ancestralidade que rege a nossa busca e que dá sentido ao nosso ser.







A senhora é a eterna na floresta dos nossos sonhos: encanto azul turquesa. Agora, vestida de branco em nome da sabedoria que nos sustenta. Sua bênção, Iyá. Meus olhos choram de falta e de alegria, não sou filho do Afonjá, mas como todos na Bahia, sou cria da sua regência, aprendiz dos seus escritos, apanhador de frutos da árvore frondosa que foi e é a sua existência. 




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Marlon Marcos um poeta em busca da poesia da antropologia.Licenciado  em História pela Universidade Católica do Salvador , Bacharelado em Comunicação / Jornalismo (2004) pela Universidade Federal da Bahia. Bacharel em Ciências Sociais/Antropologia, pela Universidade Federal da Bahia (2018),Mestre em Estudos Étnicos e Africanos pelo CEAO-UFBA.Doutor em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia - UFBA e professor Adjunto da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira - lotado no Campus dos Malês - São Francisco do Conde - Bahia.

Nota: fotos disponíveis na internet

sábado, 29 de dezembro de 2018

IYALORIXA ODE KAIYODE


                                                      OLORUN GBA KU FUN E

domingo, 23 de dezembro de 2018

               
                                                       Fertilidade e Alegria     

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

ALGUMAS IMAGENS DOS DONOS DA TERRA




Cacique Raoni  Kaiapó



                                                      Cacique Aritana Yawalapiti

                                                   
                                                                   Xingu



Xingu  
foto: Renato Soares

                                     
                                                          Kalapalo


Yanomami


Terena


Karajá


Aruanan Karajá


Aruanan Karajá


                                                                Quarup


                                                               Quarup Matipu


                                                             Yawalapiti


                                             Tora dos Ancestrais Quarup



Kamaiura Quarup


                                                 
                                                                Kaiapó



                                                               Kamaiura



                                                           Tupy Guarani

                                                                     
                                                                    Caigang                               

Nota: fotos disponíveis na internet