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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


segunda-feira, 10 de novembro de 2025

JANUÁRIAS E SUAS ESTAÇOES

 



Imagem disponível em https://www.revistaecotour.news/2016/07/as-estacoes-do-ano-no-brasil.html

Por Narcimária C.P. Luz

Uma forma de abraçar as saudosas e infindáveis lembranças de Mainha é revisitar as histórias que contam um pouquinho da sua vida e assim, revisitando essas  convivências, percebi que Januária era uma explosão de translação. 

Cada estação quer, como menina, adolescente jovem e mulher, espraiava uma intensidade de VIDA envolta das vibrações  primavera, verão, outono e inverno.

Sua vida em constante translação nos ofertou as Januárias que se seguem, são muitos episódios rápidos que vieram à memória às vésperas do seu aniversário de 93 anos.

Levei sete anos para escrever algo que tocasse as lembranças desse amor que nutriu minha vida. Perder Januária fisicamente me causou uma grande dor. Hoje percebo que a maturidade do luto me deslocou para o terreno da saudade carregada de alegria e paz. 

Aqui estou com meu coração debruçado nessas recordações que me emocionam e me fazem prosseguir sem ela fisicamente.

 
Paris 1991


PRIMAVERA



Imagem disponível em https://loja.mondiniplantas.com.br/rosa-roseira-rosa-mery

Seu nascimento em 10/11/1932 era lembrado com muita alegria por minha avó Anastácia, que teve o anúncio de sua chegada por meio de um pé de roseira bem rosa, que floresceu na varanda de casa e exalava um perfume extraordinário.

Ela deveria nascer em casa, no bairro de Quintas, na cidade de Palha, hoje Cidade Nova, mas, pelas circunstâncias do parto, foi para a Maternidade Climério de Oliveira, novidade na época, principalmente para a população de descendência africana.

Acredito que a roseira conversou com minha avó, presenteando-a com a sensação de que ela teria uma filha amorosa, doce, gentil, carinhosa, amiga, mas também muito forte, destemida no lidar com os desafios da vida, enfrentando-os com garra, coragem, permitindo o florescer constante de sonhos e esperança ao redor.

E assim foi.

Teve dois irmãos, Jaime e Jair. Amava-os muito e se dedicava a protegê-los.


Jauária aos 8 anos com seu irmão Jaime com seis anos

Ela gostava de falar com alegria de seus aniversários na infância. A decoração do chão da casa com folhas de pitanga e areia dava uma atmosfera muito especial, herança africana. Minha avó Anastácia fazia pastéis deliciosos e banana real, que era a sua preferida.

Tem o lado da Januária, dona de casa, zelosa, com bom gosto nas escolhas da decoração, ineditismo nos eletrodomésticos(risos).

 Sua primeira versão arquitetônica da casa do Abaeté em Itapuã lhe rendeu muitos elogios. 

Sempre deu uma de arquiteta!

Fez coisas mirabolantes para manter o ritmo da casa e não "deixar a peteca cair".

Não posso deixar de mencionar as decorações de São João que a transportavam em lembranças para a casa de seus pais.

 A casa ficava linda!

E as iguarias?

 Muiiiitas!

O sarapatel que fazia era famoso na Cidade Nova. 

De-li-ci-o-so!

As iguarias saborosas da Semana Santa e o tom da organização e sobriedade exigida no período  inesquecível.

As árvores de Natal ela criava com um esmero que me encantava.

Até o final da vida, continuava a confeccionar suas árvores, mantendo acesa a esperança nutrida pelo espírito de Natal.


A SUPER LUA



Imagem disponível em https://depositphotos.com/br/photos/super-lua.html?qview=169614188

Além do ciclo da primavera vívido na trajetória de minha mãe, há um especial que até hoje envolve minha vida e sonhos. Trata-se do perigeu que gera a super lua, fenômeno que ocorre quando a lua se aproxima da Terra.

No imaginário de filha, minha mãe era era e  é a super lua!

Quantas vezes ela aparecia grandiosa, enluarada, com uma força que me abraçava, me retirando de momentos de perigo, medo, inseguranças, situações que me agrediam e me paralisavam. Essa super lua Januária me devolvia a paz, altivez e me dava poderes para prosseguir destemida.

Minha mãe possuía uma beleza e charme comentadíssimos!

Muito graciosa, elegante e sofisticada.

Januária aos 18 anos

Admirava vê-la se maquiando. 

Isso me inspirava!

Dizia: quando crescer, quero ser igual a ela!

Januária início dos anos 1960

Lembro-me dos seus vestidos, sapatos, bolsas, brincos, joias, perfumes, tudo que adornava sua beleza, identidade profunda ligada a Oxum, princípio feminino relacionado à maternidade, fertilidade, fecundação, cuida dos fetos e dos recém-nascidos até adquirirem a fala. 

Tudo conforme anunciou a roseira no seu nascimento.

 

Pintura de Januária  alusão a Oxum
2009

VERÃO

Imagem disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/solsticio-de-verao-quando-acontece-e-o-que-significa/

Nessa  estação  Januária é ensolarada, brilhante, aquecida pela alegria cheia de humor, atitudes de altivez e muita vontade de ser e viver.

Lembro-me de levá-la a um médico e, ao recebê-la, o médico se referiu a ela fazendo alusão à música de Chico Buarque "Januária na janela".

Como fala a música de Chico Buarque:

Toda gente homenageia

Januária na janela

Até o mar faz maré cheia

Para chegar mais perto dela...

Mesmo o Sol quando desponta

Logo, aponta os lábios dela"(1967).



 Ela parou e olhou para ele, dizendo:

- Estou mais para cama do que para janela!

Rimos muito.

Outro episódio engraçadíssimo foi com Sidney Magal.

Imagem disponível em https://curtamais.com.br/goiania/sidney-magal-goiania-cantor/

 Ela sempre admirou Sidney Magal e eu estava no açougue quando ele entrou. Eu me aproximei e conversei com ele sobre o quanto ela ficaria feliz se falasse com ela. Na época, ela estava passando por uma depressão e esse contato faria muito bem para ela.

Então liguei e disse-lhe:

- Mainha, adivinha quem está aqui do lado e gostaria de lhe falar com você?

- Quem?

- Sidney Magal!

- Ah! Tá.

- Januária? Aqui é Sidney Magal!

Tudo bem?

- Hum!

Sidney Magal me diz:

- Ela não está acreditando que sou eu.

Aí eu falei:

- Cante alguma música.

Ele cantou Sandra Rosa...

Ela continuou a não acreditar.

Lá paras tantas ela disse:

- Cante "eu te amo"

E ele não fez por menos, cantou

-Ah! Eu te amo! Oh! Eu te amo meu amor!"

Isso em pleno açougue com todo mundo olhando.

Risos.

No final ela se emocionou e ficou radiante.

Ele foi no carro pegou uma foto e autografou com os dizeres:

" Januária, te amo"

Fiquei muito feliz com esse gesto de Sidney Magal e o quanto de alegria que ele deu a ela nesse dia.

Paris 1991

Seu aniversário de 80 anos, foi pleno de alegria e muitas reverências a sua trajetória.


Aniversário de 80 anos 


Januária dançando  em seu aniversário em 2012


Januária em seu aniversário ao lado do seu querido e amado  irmão Jaime 



Januária com seu filho Narciso assistindo a homenagem prestada a ela pela sua sobrinha e afilhada professora Jaci Correia.

Ela se divertiu muito!

A expansão da luz do verão fez resplandecer o vigor da VIDA.

Conheci a música Despacito em 2017, através dela que dançava e cantava às vezes sentada ou com a bengalinha, aludindo aos passinhos pequeninos que dava ao andar. Divertíamos muito com a música!

Imagem disponível em https://tomplay.com/pt/guitar-sheet-music/fonsi-luis/despacito-very-easy-level-classical-guitar-with-orchestra-guitar-score

"Mais Bonito não há" interpretada por Tiago Iorc e Milton Nascimento, também a embalava, levando-a até a infância com seu país, momento em que ela dizia ter sido o mais esplendoroso para ela por estar mais protegida e recebendo muito amor e dengo.

 Imagem disponível em https://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2017/09/06/milton-nascimento-e-tiago-iorc-anunciam-turne-intimista-e-musica-inedita.htm


OUTONO

Imagem disponível em https://www.ee.usp.br/proesa/esp/estacoes-do-ano/outono-e-um-bom-exemplo-das-postagens-do-blog

 Januária sabia o momento certo de se transformar, deixando cair as folhas necessárias, renovando e fazendo desabrochar novas, revigorando tudo ao seu redor!

Januária soube semear!

Foi uma pessoa generosa aos extremos.

Sempre se doava ao próximo, sempre.

Sua inquietude criativa desde menina transformava sabugo de milho em bonecas que eram compartilhadas com outras meninas.

Adorava música e muitas tocadas no rádio e interpretadas por cantoras famosas dos anos 1930 e 1940. Ainda menina, ela cantava dramatizando, se sentindo as próprias "cantoras do rádio".

Meu avô Januário só não gostava que ela cantasse Allah-la-ô, marchinha do carnaval de 1941. Januária tinha 9 anos e acompanhava essa música que foi sucesso total no rádio.


Imagem disponível em https://www.facebook.com/photo.php?fbid=523134647696877&id=267295789947432&set=a.482947378382271

Viemos do Egito / e muitas vezes nós tivemos que rezar / Alá, Alá, Alá, meu bom Alá / mande água para Ioiô / mande água para Iaiá / Alá, meu bom Alá”.

Composição de Haroldo Lobo e David Nasser e arranjo musical de Pixinguinha. Sucesso no rádio, mas na Cidade Nova, na casa de Januário, não.

Formou-se em professora primária em 1952.


Formatura professora primária pelo Instituto Isaís Alves-ICEIA

 Na mesma época, foi admitida com louvor num concurso público para professora pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia e foi trabalhar na Escola Princesa Isabel, ao lado da casa de seus pais.

Formou-se pela Universidade Católica de Salvador em 1968, onde também lecionou nos anos 1970. professora e vice-diretora do Colégio Estadual Governador Lomanto Júnior em Itapuã e da Escola Rotary na ladeira do Abaeté.

Ensinou no Colégio Antônio Vieira e no  Instituto Feminino da Bahia nos anos 1960 e 1970.

Como professora, semeou muitos frutos, dentre os quais dois estabelecimentos de ensino: um na década de 1950, a escola Nossa Senhora da Conceição em Quintas na Cidade Nova, com o apoio e entusiasmo de seus pais, e em 1978, a Escola Verde Recanto em Itapuã. 

Amava ser educadora!

A poesia também a tornava um verão florescente, muito iluminado, que aquecia a todos em volta. Nos ofertou belas poesias, hoje é um canal valioso que nos liga às emoções que comunica Januária Outono.

Participou de muitos congressos na área de educação, apresentando comunicações sobre suas vivências exitosas na Escola Verde Recanto.

Contribuiu nas publicações: Identidade Negra e Educação em 1986 pela editora Ianamá; Poesias ilustradas com suas pinturas: "Mil Cores, mil folhas..." pela Universidade do Estado da Bahia em 2009.

 


Descolonização e Educação: diálogos e proposições metodológicas com o artigo em coautoria comigo:"Educando através do repertório lúdico-estético dos provérbios afro-brasileiros". Nesse artigo, ela fala da sua trajetória nesse ciclo de translação. 

Tudo lindo e intenso!

 




INVERNO


Muitas vezes no seu caminhar o frio, nublado e cinza apagava a alegria.

Estudou numa escola primária que deixou marcas de muita tristeza e dor, convivendo com o racismo atroz que dilacerava sonhos e alegrias. Realidade dolorida ainda vivenciada por muitas crianças negras até os dias atuais.

Um dos episódios que ela lembrava e a entristecia foi um dia em que defendeu seu irmão Jaime, ainda pequenino, de uns meninos que estavam maltratando-o. A defesa que ela fez foi poderosa, tanto assim que os meninos não se atreveram mais. Infelizmente, ela foi punida pela diretora que a chamou. Ela, chorando com seus 8 aninhos, tentava explicar a situação sem sucesso.

Ela lembra que encostou a barriga na mesa da diretora, que pegou uma grande régua e empurrou-a dizendo:

Afaste-se!

Chegue para lá, sua negrinha!

Diante dessa situação, muito nervosa, Januária desmaia. A diretora chama uma funcionária para tirá-la de lá e essa pessoa pega uma compressa muito quente e coloca na batata da perna esquerda da criança que desperta aos prantos... Essa marca dessa queimadura ficou para sempre.

Sempre estudiosa, fez vestibular para a Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia e foi aprovada aos 22 aninhos.

Infelizmente, não teve a aprovação dos pais, por considerar o curso inadequado para a época. Essa tendência artística era considerada um caminho "estranho" para uma mulher.

Não achavam que era uma profissão adequada.

A perda inesperada de seu pai em 1960 a fez sofrer muito, principalmente num momento em que eu tinha nascido. Parecia que meu avô sabia que ia partir. Ele a alertava, dizendo.

-Filha, vamos batizar essa menina logo.

Nasci em junho, em agosto meu avô faleceu.

Um choque para minha mãe.

A perda de minha avó Anastácia em 1965 também foi muito difícil para ela.

O falecimento de meu tio Jair, o caçula, a entristeceu muito e, quando meu tio Jaime partiu, que era o irmão com quem ela interagia mais e muito presente na vida dela , isso a abateu por demais.

Amou muito durante toda a vida. 

Ofertou amor demais para quem merecia e quem não merecia.

Muitas vezes, esse amor pleno de doação e entrega absoluta a fez sofrer. Mas o tempo foi aplacando as decepções, fazendo-a calar e seguir em frente.

1959

Adorava ouvir a interpretação genial de Zé Ramalho cantando "Sinônimos". A letra comunicava o sentimento sobre o amor para ela.


Imagem disponível em https://www.instagram.com/p/DFaiKPuOggp/

 

A artrose foi um dos seus desafios mais ferrenhos. Trouxe-lhe tristeza e aos poucos foi tragando a sua alegria de viver.

Hoje, essas Januárias me visitam em sonhos vigorosos. Ela vem  em forma de abraços carinhosos, conselhos, conversamos, damos muitas risadas e também passeamos muito em lugares inusitados. Às vezes, ela vem acompanhada de minha avó Anastácia, com a qual tenho um grande vínculo. Acordo mais serena.

Outras vezes, elas vêm em forma de perfume, de uma música, de um sabor delicioso de comidas que ela fazia. 

Exímia cozinheira!

As Januárias estão presentes na minha vida e na de meus irmãos Narciso, Nailson e José Luís.


Januária e seu filho caçula Josè Luís 

1985

Nossas vidas têm o cintilar da sabedoria, valores e atitudes que ela semeou em nossos corações.

Os netos e netas, através de nós, dentro do possível, recebem esse cintilar que ajuda a lidar com o mundo contemporâneo e seus desafios: Maurício, Marcelo, Ana Carolina, Robert, Gabriela, Sophia, Zoe e Fraser.

 
Januária e seu neto primogênito Maurício


Januária e sua neta primogênita Ana carolina


Januária entre sua neta  Gabriela e neto  Robert


 Nailson entre suas filhas Ana Carolina,Sophia,Zoe e filho  Fraiser

Estou ciente de que não poderei dar conta nesse relato da riqueza e fartura das histórias das amadas Januárias que preencheram minha vida e estarão vivas e pulsando no meu coração para sempre.

Então concluo, apelando para o resplandecer de Januária e suas estações, Aprendi com ela ser necessário caminhar com leveza...

Olhar através da autocompaixão, atenta ao véu das aparências dos espelhos que seduzem e enganam.

Olhar com gratidão a explosão de vida que nos abraça todos os dias.

Escutar com o coração, extraindo as surpresas das palavras que acalmam a alma, nos encorajando a manter a cabeça erguida

Luto é dor!

É preciso, necessário, atravessar essa via confusa e sofrida da perda... É uma travessia solitária! A maneira de sentir a perda, a partida de pessoas tão valiosas na nossa vida, é singular... Não tema a demora desse ciclo do luto!

A saudade vai se achegando, abraçando, acalmando...

As pessoas amadas que partiram, viram estar conosco por meio de sonhos vívidos e acalentadores.

As lembranças vêm em forma de momentos envoltos em músicas, danças, histórias, risadas, sabores, cheiros, lugares... Tudo se regenera dentro de nós. Acredite! Mas saiba que não seremos mais os mesmos. Nossa maneira de ver e estar no mundo muda radicalmente.

Paris 1991


JÁNUÁRIAS, TE AMO!

OBRIGADA POR TUUUUDO!

SALVE 10/11!

 

 

 

sábado, 1 de novembro de 2025

Ademir Barros dos Santos

 


Imagem disponível em www.portalporque.com,br


Ademir SantosAdemir é ex-mestrando em História Social pela USP, pesquisador em Ciências Sociais e produtor de pesquisas acadêmicas, especialmente sobre as práticas de exclusão e seus efeitos sociais. Estudioso de história e cultura de matriz africana, ele desenvolve, desde 2005, o curso “África – nossa história, nossa gente” como parte da extensão universitária de história, cultura e dispersão da matriz africana e do povo negro pela Universidade de Sorocaba.

Como professor, Ademir, que também é bacharel em Ciências Contábeis, faz intervenções em cursos de Direito e Filosofia para discussões sobre preconceito, racismo e discriminação, além de apresentação do pensamento teológico africano. Com ampla atuação social, ele é membro do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra em Sorocaba, diretor do Centro Cultural Quilombinho, em Sorocaba, e coordenador da Câmara de Preservação Cultural do Núcleo de Cultura Afro-Brasileira da Universidade de Sorocaba (UNISO).

 Dentre seus estudos publicados pela UNISO estão: “Um dia da África” (2000), “Religiões – a matriz africana e seus reflexos afro-brasileiros” (2003), “Por que nós?” (2003),  e “Racismo disfarçado” (2007).  Pelo Instituto Darcy Ribeiro, algumas de suas obras publicadas foram: “O negro do Darcy”(2003) e “O negro legal” (2004). Também participou de dos documentários como “A umbanda é mogibá”, “Negros nós”, “Pernada em Sorocaba”.

 Em suas atividades de escritor e poeta, Ademir recebeu vários prêmios como o de: finalista dos concursos Depoesia III  e Depoesia IV (Sorocaba/SP) e foi vencedor do I Concurso Literário ´Meu Conto’ – Projeto Cultural Li Sopmac (Sorocaba/SP). No Por dentro da África, ele compartilha o seu conhecimento com pesquisas, artigos, poesias, Quiz e reflexões sobre esse continente de aprendizado interminável.


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Texto disponível em no blog POR DENTRO DA ÁFRICA