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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

JOEL RUFINO, Historiador, Literato, e Muito Mais.


Por Marco Aurélio Luz




A excelência de Joel como escritor é que era um pensador versado no conhecimento da história e nas artes da literatura.




Joel Rufino dos Santos


Escreveu muitos livros admiráveis em diversos gêneros literários da história do Quilombo dos Palmares aos infanto- juvenis.

Convivi com Joel em diversos momentos em que nossa trajetórias proporcionaram, e foi ele quem fez o prefácio da 1ª edição do Cultura Negra e Ideologia do Recalque (1983).

O que muito me encantou também é que me identifiquei com o gosto de Joel pelo futebol, e pela aproximação de seu pensamento sobre a presença do negro na constituição do futebol arte tão admirado e por isso tão presente nas características da identidade do povo brasileiro.



              Leônidas, Friedenreich e Pelé, gerações que constituíram o futebol arte brasileiro.
foto disponível na internet
            Então em sua homenagem escolhemos apresentar uma página que demonstra não só seu estilo de magnifico contador de história mais também um profundo pensador referindo-se ao recalque neocolonial que atravessa nossas instituições oficiais especificamente do esporte.

Depois das performances do selecionado brasileiro nas copas de 1950 e 1954 Nelson Rodrigues se referiu ao “complexo de vira-lata” que atormentava o selecionado do futebol brasileiro.


Wangari Mattai

O recalque neocolonial é antigo e está nas origens da constituição do Estado.
Wangari Mattai nasceu no Quênia e tornou-se líder mundial pela preservação da natureza, tendo recebido o Prêmio Nobel da Paz e se tornado Representante da ONU.
Respeitada por sua coragem em expor suas convicções e reflexões, destaco a que se referiu ao pior legado do colonialismo. Trata-se do recalque dos valores das tradições civilizatórias anteriores a colonização.
Os Estados Nacionais pós coloniais promovem a rejeição desses valores e com ele o enfraquecimento de uma identidade própria e a baixa estima, caminho aberto para a constituição do neo colonialismo.
Joel Rufino narra a trajetória do jogador Fausto a Maravilha Negra, nos inícios do futebol brasileiro uma história de glória e tragédia consequência da formação do futebol arte, emergente dos valores e linguagens da tradição africano brasileira em contraposição às ideologias das estratégias neocartesianas europeias.

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