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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

TRINTA ANOS DE FARAÓ



Foto disponível na Internet

Por Oju Oba Marco Aurélio Luz

Em 1974 o Ilê Aiye trouxe o mundo negro para o carnaval que se transformou no turbilhão dos blocos afro.
Com ele vieram posteriormente outros tantos, Olodum, Muzenza, Male De Bale, Araketu, Badauê, Oba Dudu, Oba L’ Aiye, Oju Oba, Bankoma, etc.expressão da afirmação existencial da comunidade negra, e na Bahia, apoiada pelos valores do riquíssimo legado da civilização negro africana.

Foto disponível na Internet

O Ilê Aiye manteve-se como “o mais belo dos belos.” O conjunto de beleza desfilando com impávido orgulho de sabedoria negro africana encanta a todos.

Foto disponível na Internet

  A presença da Iyalorixá Jitolu D. Hilda, mãe do líder fundador Antônio Carlos dos Santos, gerou um calendário de atividades culturais destacando-se “A noite da Beleza Negra”. Foi constituída toda uma original e criativa linguagem própria, na música, na bateria, nas danças, nas roupas, nos penteados e torços etc.

Foto disponível na Internet

É importante destacar a Escola Mãe Hilda Jitolu que oferece ensino fundamental às crianças ressaltando a herança da civilização negro africana e sua história presente nas temáticas dos desfiles.


Em 1979 foi fundado o Olodum, no contexto de renovação do Pelourinho através do IPAC sob a direção do professor Vivaldo da Costa Lima.

Foto disponível na Internet

Depois de Petu e Jair chegou João Jorge vindo do Ilê Aiyê e juntamente com Neguinho do Samba e Lazinho, proporcionaram um calendário de atividades, como o Festival FEMADUN, a Escola Olodum e um mar de criatividade musical.

Foto disponível na Internet




A genialidade de Neguinho do Samba proporcionou a criação do gênero samba reggae e implantou a forma orquestral do Olodum constituindo sua principal identidade.

Foto disponível na Internet
Foto disponível na Internet

As interpretações intensas e originais do canto de Lazinho combinaram com a excelência da música e das letras dos compositores.

Foto disponível na Internet


As temáticas do Olodum para os desfiles apresentam-se mais livres de compromissos  com a civilização e história negro africana.
A letra do clássico “Revolta Olodun” de autoria de José Olissan e Domingos Sergio revela de forma magnifica uma condensação das revoltas contra as injustiças perpetradas contra o povo do nordeste. O panorama histórico abrange o Palmares de Zumbi que comandou “exército de ideais, libertador”, passando pela Balaiada , revolta Malê, Canudos de Antonio Conselheiro, o sertão de Lampião, Maria Bonita e Corisco com música pertinente encerrando com a onomatopeia do som das metralhadoras.

Foto disponível na Internet


A obra do cientista Cheik Anta Diop revelando o Egito Negro Faraônico repercutiu em toda comunidade afro descendente. O Egito antigo berço da civilização era negro africano.

Foto disponível na Internet


O Olodum celebrou e divulgou na Bahia e no Brasil com a temática e o desfile “Faraó”. A excelente composição de Luciano Gomes fez de “Faraó” um clássico que atravessou fronteiras. Tornou-se a principal música e a essência do Olodum.

O bloco afro Muzenza que anunciou “A terra tremeu e o céu mudou de cor” num sonho de Liberdade  um vulcão lançou lavras de criatividade beleza alegria e sabedoria pelas avenidas de Salvador carnavais a fora.

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