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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


sexta-feira, 25 de junho de 2010

ENCANTAMENTOS DE UM ENCANTADO


Nesta mesma data, há um ano, o Rei do Pop Michael Jackson nos deixou.
Um visionário, inovador, dançarino, cantor, compositor, dramaturgo, poeta...
Simplesmente espetacular!
Através do texto do Professor Doutor Marco Aurélio Luz, a ACRA faz uma singela homenagem a esse grande astro que continua nos encantando mesmo após sua morte.

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Uma aparição solo, cintilante e luminescente no vídeo clipe “Don’t Stop’til You Get Enough” anuncia uma nova fase, para além do Jackson Five, que não fora o bastante.
Com “Billie Jean” o fantástico e o extraordinário se anunciam. Personagem com mágicos poderes, visível e invisível enfrenta perseguições e incandesce o que toca.
A linguagem então já se caracteriza como um desdobramento da bacia semântica das formas de comunicação e dos valores estéticos das tradições africanas e afro-americanas.
Triller” consuma essa nova territorialização no âmbito da indústria cultural. O medo da morte se contrapondo a convivência com os ciclos vitais. O ser e o não ser, ou ser o outro simultaneamente, vida e morte numa mesma transição. Estamos envolvidos pelo mistério de sabermos que não sabemos. O mistério da passagem.
Em “Bad” as intervenções sociais. A luta das gangs não pode ser todos contra todos, mas todos por valores expressos na adesão a dimensão estética de uma música, uma dança, uma dramatização; uma linguagem Black, afro americana, e quem é mau?
Em “Black or White” o novo não é compatível com a atitude de se passar a vida sentado como um paxá em frente do televisor. O som explode com o mundinho puritano pequeno burguês e a narrativa se reinicia na África, e então o corpo se movimenta pelas danças do mundo que identificam povos, e a mensagem é:
But, if
You’re thinking
About my baby
It don’t matter if you’re
Black or White”
Numa tradução livre resumida, digo: se está pensando em amor, não importa se você é negro (a) ou branco (a).
Depois da famosa sequência dos rostos em transformações diversas caracterizando a espécie humana, segue um novo momento da narrativa. Para que o amor liberto de preconceitos se realize é preciso superar os obstáculos de outra ordem de valores.
Há que se transformar em pantera negra, Black Panther, e com seus poderes, se transformar na imagem do malandro, do que recusa a adesão ao “american way of life”. Traduzo esse personagem como a imagem de uma entidade o Zé Pilintra para nós brasileiros. Com seus poderes ele vê passar ao léo, ao sabor da ventania páginas de jornal, palavras impressas ao sabor do vento, em seguida parte para ação detonando ao ritmo da dança os símbolos da modernidade, primeiramente o automóvel, o hotel das forças armadas os anúncios de néon e a moral sexual puritana liberando a genitália.
Prevendo a censura, uma cena final apresenta o papai Simpson desligando a TV para o filho não assistir.
Em “Remember the Time” o fabuloso transparece de modo mais enfático, e ele brota no Egito antigo, faraônico, negro-africano berço da civilização
- “Michael, eles não cuidam da gente!”, “They Don’t Care About Us”, também nos comove pela escolha do cenário brasileiro, Bahia e Rio, no país que mais se caracterizou pela concretização da política de branqueamento, e das teorias da eugenia, incluindo a tática genocida do abandono das populações não brancas desde D.João VI até os dias atuais.
No Pelourinho, depois de tirar o cassetete do guarda ele dança com o tambor do Olodum no local que foi antigo símbolo da história da repressão colonial e neocolonial.
Em “Earth Song”, os poderes do personagem se levantam contra a destruição da Terra por guerras e pela gananciosa e inaudita exploração da natureza, revertendo essa situação.
Falar o quê das técnicas constitutivas das mensagens, ou do talento de cantor, compositor, arranjador, intérprete, dançarino, coreógrafo, figurinista, cenógrafo,...
Certa época milhares de milhões dançavam pelas ruas imitando... encantadas.
Quanto às críticas ele responde com o vídeo clip em que transita como um aviador dirigindo um avião desses de parque de diversões, voando e atravessando em meio às feras, cobras e cães de paletó e gravata e línguas grandes rodeados por tablóides sensacionalistas. Na sequência, o gigante deitado começa a se levantar, se libertando das amarras e então se ergue impávido e imponente; “Leave Me Alone”.
Abaixo segue o Clip da música They Don't Care About Us gravada no Brasil com participação do bloco Olodum.









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