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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


domingo, 10 de abril de 2011

ARTE DA CAPOEIRA NA ACRA.

Por Abílio Mendonça


Contra Mestre Luís Negão idealizador da ACRA e mantenedor da capoeira na ACRA

Através de uma conversa informal entre educadores da ACRA-Associação Crianças Raízes do Abaeté Rupi (professor de capoeira) e Abílio de Mendonça(professor de Inglês),nasceu essa breve relato sobre as aulas de Capoeira que acontecem na ACRA. Baseada numa metodologia que enfatiza o direito à cidadania,a capoeira tem sido um canal importante de interação comunitária para crianças e jovens. Valmir Alves dos Santos, professor Rupi(apelido na roda de capoeira), vem desenvolvendo há cinco anos na ACRA um trabalho voltado à divulgação e valorização da Capoeira. As aulas de capoeira na ACRA acontecem três vezes por semana, no turno da manhã e tarde, com carga horária de duas horas. As crianças e jovens envolvidos nessa atividade,têm entre cinco a dezesseis anos de idade e pertencem a localidades dos arredores da ACRA em Itapuã, bairro detentor de uma rica história. As crianças e jovens estudam em um turno em escola pública e jogam capoeira em outro, esta é uma exigência da ACRA que tem como objetivo valorizar a escola através de uma parceria durante todo o ano, culminando com atividades exibidas nos Festivais de Arte e Educação Afrobrasileiro da ACRA. As aulas de capoeira são divertidas porque são exploradas histórias,provérbios, dança,música percurssiva, corpo em movimento sempre criando e expressando identidades.


Grupo de capoeira da ACRA.De bermuda azul marinho Professor Rupi e de calça verde escuro nosso valioso parceiro Mestre Olavo


O professor Rupi segue os ensinamentos da escola de Mestre Bimba, com um berimbau e dois pandeiros. Rupi relata: “as aulas não são só jogar capoeira, mas também têm o propósito de trabalhar a ética e cidadania, tentando estimular as crianças e jovens envolvidas através de conversas informais e troca de experiências, de forma lúdica e explorando os ritmos e movimentos desta arte”. A ACRA instituição idealizada pelo Sr. José Luís Correia do Patrocínio conhecido nas rodas de capoeira como Contra Mestre Luís Negão , desde 2005 realiza atividades de intercâmbio cultural com o Grupo de Capoeira Abolição Oxford na cidade de Oxford na Inglaterra e Hamburg na África do Sul.Esses países fazem parte do trabalho socioeducativo explorando a linguagem da capoeira sob a responsabilidade do Contra Mestre Luís Negão. Em todas essas atividades de intercâmbio o professor Rupi tem participado realizando oficinas e sendo responsável em acompanhar crianças e jovens da ACRA selecionados para representar a Associação no exterior. Sobre a experiência em Hamburg , na África do Sul Rupi comenta:”fui recebido por Falcão, um professor sul-africano que possui uma academia de capoeira nesta cidade. Me senti em casa nessa cidade, que muito tem a ver com a Bahia em seus aspectos culturais e sociais.A maioria dos habitantes são negros alegres e que gostam muito de cantar, revelando uma grande similaridade com o povo baiano”.


Apresentação das crianças e jovens no IIº Festival de Arte e Educação Afrobrasileira da ACRA em dezembro de 2010


A ACRA, segundo Rupi, foi importante na sua vida, porque através desta instituição, ele pode conhecer pessoas de várias partes do mundo e países com culturas bem diferentes, trocando experiências enriquecedoras para os dois lados. Seu trabalho serve para lembrarmos que a cultura africana, reelaborada e ressignificada em solo baiano, está presente através de ações sociais que nos faz relembrar nosso passado, herança da África, que inspirou os africanos/as no Brasil a criarem a linguagem da Capoeira como um legado para seus filhos que se sentem orgulhosos por serem parte dessa civilização milenar.

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