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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


domingo, 15 de julho de 2012

INTERCULTURALIDADE, MULTICULTURALISMO E ALTERIDADE EM CONTEXTO DE GLOBALIZAÇÃO


Por Rosângela Accioly 

Antônio Sidekun

O Prof. Dr. Antônio Sidekum realizou a palestra "Interculturalidade, Multiculturalismo e Alteridade em Contexto de Globalização" no Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade.Antônio Sidekum, é filósofo e pesquisador de longa estrada.Autor de obras que transitam pelos campos da ética, filosofia da cultura e pensamento latinoamericano e atualmente está vinculado a Universidad Centroamericana José Simeón Cañas-El Salvador.
O convite ao Prof. Dr. Antônio Sidekum foi feito pelo Professor Dr. Luciano Costa Santos, que integra a Linha de pesquisa do Processos Civilizatórios: Educação, Memória e Pluralidade Cultural" do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade.
O tema da palestra foi escolhido devido a atualidade da abordagem e por remeter a conceitos de intensa circulação no campo acadêmico.
O professor Luciano Costa Santos desenvolve o  projeto "O Pensamento Fecundo: Fontes Sapienciais Alternativas à Racionalidade Moderna", sendo autor dos seguintes livros: "Mário Vário: uma Introdução ao Pensamento de Mário de Andrade"; "O Sujeito Encarnado: a Sensibilidade como Paradigma Ético em Emmanuel Levinas"; e "Aragem do Sagrado: Deus na Literatura Brasileira Contemporânea".
Tendo em vista que o contexto da globalização se caracteriza por impor uma hegemonia cultural restrita à sociedade de mercado e consumo,as contribuições de Antônio Sidekum ensejam reflexões sobre: os desafios desse contexto homogeneizador face as tensões que se estabelecem entre culturas que procuram afirmar suas identidades e evitando a submissão a essa ordem “global”hegemônica; também contribuiu para um esclarecimento didático sobre as categorias de multiculturalismo e interculturalidade, de ampla circulação nos debates acadêmicos, e nem sempre empregadas com o devido cuidado semântico.
O Prof. Dr. Luciano Santos afirmou: “A idéia de quem trabalha em perspectiva intercultural é favorecer a inter-relação dialógica de quantas matrizes culturais constituam a insondável riqueza unidiversa do humano, assim como contribuir para deixar falar as vozes - tantas vezes silenciadas - que provém dos extratos profundos de nossa própria constituição histórico-cultural. Trabalho de grande responsabilidade, e que exige bastante delicadeza de pensamento”.


Para tanto, e dada à relevância do tema, resolvemos fazer este registro no blog para intercambiarmos diálogos propositivos com nosso público, no sentido de que nessa aproximação sejam compartilhadas idéias e sentimentos sobre as diversidades culturais que mapeiam o planeta e, principalmente, que estas se reflitam em dinâmicas curriculares convergindo para a coexistência sociocultural dos distintos povos. Nossa responsabilidade, ao pensarmos essas grandes questões, é percebermos também a educação como veículo importante nas relações neocoloniais e neocapitalistas, as quais impõem valores existenciais que tendem a recalcar as expressões civilizatórias de muitas comunalidades tradicionais, afligindo-nos e acoitando-nos todos os dias.
Sendo assim, é visível a saturação dos valores que fundaram a modernidade. Entretanto, para a geração de educadores contemporâneos no Brasil, é possível um posicionamento teórico metodológico que reflita a episteme dos povos africano-brasileiros e inaugurais, pois os mesmos têm respaldo num conjunto de perspectivas jurídicas que sustentam iniciativas para o repertório curricular das escolas, a exemplo dos aspectos contidos na Lei 11.465/08 de 27 de março de 2008, que altera um artigo da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e complementa a lei 10.639/03, instituindo a obrigatoriedade do ensino sobre história e cultura afro-brasileira em todas as escolas brasileiras. A partir de agora, confere-se o mesmo destaque ao ensino da história e cultura dos povos indígenas.


Imagem disponível em http://lemad.fflch.usp.br/node/373

Encerro este breve relato com a fala de Muniz Sodré, que diz:
"Não existe civilização nem cultura no mundo que não pense em dizer a verdade e não tenha a sua maneira de enunciá-la."
Vale lembrar que os livros do Prof. Dr. Antônio Sidekum estarão à disposição para os que quiserem adquiri-los,são eles:Ética e Alteridade: a Subjetividade Ferida;Interpelação Ética,Alteridade e Multiculturalismo;Direitos Fundamentais: a Dignidade Humana
Bons estudos aos/as nossos/as leitores/as!

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Rosângela Accioly é mestranda no Programa de Pós-graduação Educação e Contemporaneidade /UNEB, pesquisadora do Programa Descolonização e Educação-PRODESE grupo de pesquisa vinculado a Universidade do Estado da Bahia-UNEB e ao diretório de grupos de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq, Professora concursada no município de Lauro de Freitas, com graduação em Pedagogia com habilitação em Educação Infantil pela Universidade do Estado da Bahia.

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