O filme consagrado de Luchino Visconti é baseado no famoso livro Il Gattopardo (1954-1957) de Giuseppe Tomasi di Lampedusa.
O filme O LEOPARDO (1963) de Luchino Visconti, é uma belíssima abordagem sobre a época do Ressurgimento Italiano dos inícios aos meados do século XIX que culmina com a reunificação da Itália e o reinado de Vitor Emanuel II da Casa de Saboia. O movimento teve participação ativa de Giuseppe Mazzini, admirador das ideias socialistas de Saint-Simon e de Giuseppe Garibaldi. Depois de muitas batalhas e combates, o grande herói Garibaldi, aceita aliança com o rei pela unificação da Itália e são descartados naquele momento ideais republicanos e socialistas.
As primeiras imagens denotam a aparência de um grande palácio desgastado pelo tempo.
O caminho de entrada margeado por estatuas de mármore, culmina com um terraço que dá entrada a uma sala onde a família do Príncipe de Salinas Don Fabrizio (Burt Lancaster), reza unida acompanhando a ladainha do padre.
Num repente, alaridos externos denotam a situação. Há guerra. Tropas de Garibaldi desembarcam na Sicília desejando o fim da aristocracia e seus privilégios.
Seu jovem sobrinho Tancredi (Alain Delon), surpreendentemente vai se alistar nas forças revolucionárias. Seu tio pede uma explicação e obtém a respostas que será o mote do magnifico filme:"é preciso que as coisas mudem de lugar para permanecer onde estão".
Para Don Fabrizio se retirar para seu palácio de férias em Donna Fugata, é a solução. A ultrapassagem de uma barreira na estrada, composta pelos revolucionários com a intervenção de Tancredi, é um primeiro sinal de que o sobrinho tem suas razões.
Convidados para um jantar, a filha de Don Calógero chama atenção por seu charme e estonteante beleza.
Angélica (Claudia Cardinale) e Tancredi se seduzem um pelo outro.
Tancredi conta uma historieta picante de convento freiras e soldados. Angélica reage com estrepitosa gargalhada, o que provoca a retirada de todos da mesa acompanhando Don Fabrizio. Está encerrado o jantar.
Outro admirador da estética que envolve a decoração do palácio na Sicília e seus afrescos no teto, é o general que comanda as tropas e que acompanha Tancredi. Em dado momento da visita o general refere-se a Don Fabrizio com o tratamento de Excelência, o que logo Tancredi percebe como índice de confirmação de suas ideias.
Durante caçada Don Ciccio tenta entender a estratégia da aristocracia
Sem bem entender do que se trata por ser grato e fiel a aristocracia dos Bourbons ele se exalta dizendo que votou contra a unificação da Italia. A pedido do príncipe Don Ciccio dá informações preciosas sobre a fortuna de Don Calogero e o comportamento de sua filha de esplendorosa beleza.
Mais tarde quando Don Fabrizio revela o interesse de aliança com representantes da burguesia Don Ciccio se revolta dizendo ser o fim da nobreza.
Foi acalmado por D. Fabrizio que afirma que é essa aliança que manterá a continuidade da aristocracia.
Com dinheiro dado por Don Fabrizio que economizou, apresenta um lindo anel de noivado.
Saindo do palácio o Príncipe caminha só, deprimido, sabe que os tempos são outros.
"-Nós éramos os leopardos, os leões; esses que nos substituiram são os chacais, as hienas; e todos os leopardos, chacais e ovelhas, continuarão a acreditar no sal da terra".
Nota: Fotos disponíveis na internet