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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


sexta-feira, 30 de agosto de 2019

CARTA DA AMAZÔNIA





Por Ronaldo Martins


Amigos europeus, norte americano, chineses e irmãos das outras nações do planeta.
Infelizmente, para salvação da floresta amazônica, com o atual governo brasileiro não existe diálogo. O que pode funcionar é uma efetiva comoção mundial e ação política, econômica, religiosa e educacional contra a devastação da floresta e pela sua proteção. Imagino que só assim, a base de sustentação desse governo: pecuaristas, religiosos evangélicos, banqueiros, extrativistas, militares e todo o agronegócio, mudará a atitude de conivência ou indiferença aos horrores praticados por esse governo contra a floresta e os povos tradicionais da Amazônia.
Com esse governo não funciona conversa, só ação. Pois é assim que ele atua, diz uma coisa depois diz outra, polemiza e depois joga a culpa nos outros... Mas, no fundo, está atuando, desmontando a estrutura de proteção da floresta e suas organizações. Ele faz primeiro e depois engana, leva tudo na enrolação, diz que não fez. Com o atual presidente e sua equipe não tem negociação é agir em todas as frentes e proteger a floresta e seu povo.
Para muitos moradores das várias regiões brasileiras a Amazônia ainda é um lugar distante e estranho e, a questão das queimadas na floresta amazônica só esta sendo percebida de forma mais efetiva, porque em São Paulo, mais importante cidade brasileira e maior colégio eleitoral brasileiro, região que o atual presidente teve muitos votos, a poucos dias, essa cidade foi afetada pelas nuvens de poluição gerada pelas queimadas na Amazônia. Infelizmente, nós brasileiros, estamos colhendo o que plantamos.
O que fazer nesse momento de destruição do planeta? Aí a briga é de peixe grande. Para uma ação de um Estado autoritário e irresponsável, uma reação efetiva de outros Estados. Boicote aos produtos brasileiros até que ele mude suas ações. O jogo é pesado.
E nós, como força efetiva, sofremos, protestamos, oramos pela floresta e, eu acredito, que após a reação efetiva dos chefes de Estado do mundo, as coisas melhorarão.
A questão da preservação da floresta amazônica e proteção dos povos tradicionais, entretanto, não estarão resolvidas após a pressão internacional e as ações emergenciais de combate aos focos de incêndio na floresta. O problema é que, o atual governo e sua equipe estão esperando os ânimos se acalmarem para continuarem sua ação de desmonte e massacre da floresta e seu povo. Por isso a atuação de combate feita por líderes internacionais, jornalistas, professores, religiosos, militares e todos os povos do mundo contra as ações erradas do governo brasileiro, tem que ser constante e contundente.
O positivo nesse momento difícil no mundo, é que boa parcela das pessoas já percebeu como o atual governante brasileiro age, e não acredita em nada que ele diz.
Obrigado aos amigos e aos povos do mundo por agir. Atuar em um momento que nós brasileiros, infelizmente, ainda estamos indiferentes à destruição da Amazônia.  Estamos envoltos em uma nuvem densa de disputa política entre governo e oposição. Escondemos nas nossas atitudes de disputa vazia e boba entre oposição e governo, o grave erro de termos posto no poder um governante que destrói o que possuímos de mais precioso, a floresta Amazônica e seu povo.
Salvador, 25 de agosto de 2019. RONALDO MARTINS – professor e artista afro-brasileiro.