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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


sexta-feira, 18 de março de 2011

ÁGUAS DE MARÇO:CONHECENDO UM POUCO DA HISTÓRIA DA COMPOSIÇÃO

Por Edgar Nascimento


Imagem disponível em http://rosetunaladedoverde.blogspot.com/_archive.html


Melhor música brasileira de todos os tempos conforme enquete realizada em 2001 pelo jornal “Folha de S. Paulo” junto a 214 pessoas, entre personalidades do meio musical e cultural e jornalistas, “Águas de Março”, escrita em 1972 por Tom Jobim (1927-1994), teve sua preferência confirmada também em votação realizada na internet pelo jornal. O resultado foi publicado no caderno Ilustrada da “Folha de S. Paulo”, de 18 de maio, e a sondagem pela internet saiu na “Folha Online” de 25 de maio de 2001.
A primeira interpretação de “Águas de Março” veio a público graças a uma idéia de Sérgio Ricardo, músico de bossa nova e de protesto. Com o tablóide “Pasquim”, ele elaborou a série “Disco de Bolso”, em compacto simples, espécie de ancestral dos CDs do Lobão vendidos em banca. A proposta era que um dos lados contivesse música de um artista consagrado, e o outro, de um estreante. Assim foi que, em maio de 1972, surgiu o primeiro “Disco de Bolso”, com “Águas de Março” num lado, na interpretação do próprio Tom Jobim, e “Agnus Sei”, dos então calouros João Bosco e Aldir Blanc, no outro. O título do compacto ficou “O Tom e o Tal”. Esse “Tal” era João Bosco que, com Aldir Blanc, ganhou o lugar numa seleção feita entre músicos iniciantes. De acordo com o projeto, a música era mostrada ao padrinho, para ser aprovada. E o padrinho teria de gravar uma inédita sua.
A série “Disco de Bolso” prosseguiu com Caetano Veloso apresentando Fagner, mas parou por aí. “Águas de Março”, ao contrário, continua atual. Até hoje, foram gravadas mais de 50 interpretações, no Brasil e no exterior. Aqui, destacaram-se as gravações de João Gilberto, Leny Andrade, Miúcha, Nara Leão, Joyce, Danilo Caymmi, Sérgio Mendes e Os Cariocas.
Lá fora, “Waters of March”, em versão inglesa feita pelo próprio Tom, recebeu interpretação de Art Garfunkel, Ella Fitzgerald e Dionne Warwick, entre outros. A versão definitiva (não a primeira nem a última) ficou sendo mesmo a de 1974, da dupla Tom Jobim e Elis Regina, que está no álbum Elis & Tom.
Há quem diga que "Águas de Março" foi inspirada em folclore. Segundo alguns pesquisadores, a música de Tom não poderia ter conquistado o primeiro lugar como melhor música brasileira por não ser original. Seria “roubada” de canção folclórica anterior. Tom teria se baseado num disco de 1956 intitulado “Cinco Estrelas Apresentam Inara”. Pesquisadora, compositora e musicista, Inara a recolheu do folclore “Água do Céu”, que numa das faixas é interpretada por Leny Eversong (1920-1984). Nos versos religiosos, há semelhança de melodia e letra com “Águas de Março”: “é chuva de Deus, é chuva abençoada / é água divina, é alma lavada”.


Imagem disponível emhttp://rosetunaladedoverde.blogspot.com/


Para José Ramos Tinhorão, implacável crítico da bossa nova desde o começo, essa versão já era uma adaptação de um ponto de umbanda recolhido em 1933 por J. B. de Carvalho, que diz: “é pau, é pedra, é seixo miúdo / roda baiana por cima de tudo”. E agora? O crítico musical Luís Antônio Giron, que é admirador de Tom, também diz que “Águas de Março” não deveria figurar como a maior por ser cópia de folclore. “Villa-Lobos se apropriava de temas folclóricos, mas citava as fontes. Tom não citou nada, simplesmente assinou”, diz.
5artista copia mesmo”. Mas, em seguida, Donato atenua: “Tom está longe desses julgamentos, é o nosso melhor compositor. ‘Águas de Março’ é agradável de ouvir. Mereceu ganhar”.
Como surgiu a canção - Era março de 1972. No sítio de Poço Fundo, enquanto a casa definitiva que havia planejado não ficava pronta, Tom usava uma casinha de pau-a-pique. Trabalhava em “Matita Perê”. Ao ver uma agüinha passar pelo regato, Tom sentiu a coisa brotar e surgiu em sua cabeça um tema novo. Teresa, sua mulher na época, ouviu, meio dormindo, os acordes no violão. Ela disse que o tema era lindo. Ele pediu uma folha de papel. Nada achando de melhor naquela hora, ela lhe deu um papel de embrulho de pão. De madrugada, Helena, irmã de Tom, e Manoel, marido dela, que também estavam na casa, ouviram alguém bater à janela. Levantaram,abriram a porta. Era Tom. Trazia escrito a lápis, naquele papel cinzento, os primeiros versos: “É pau, é pedra, é o fim do caminho (…) É o projeto da casa (…) É peroba do campo (…) é o nó da madeira (…) É o tijolo chegando…”
Helena Jobim, irmã e biógrafa, em seu livro “Antonio Carlos Jobim - Um Homem Iluminado”, conta que o irmão ficou tão entusiasmado com o tema que voltou imediatamente para o Rio e lá terminou a música num só fôlego. Tom era amante da natureza num tempo em que pouco se falava de ecologia. Era um estudioso de tudo, um pesquisador que lia muito e conhecia profundamente os compositores eruditos e também os populares.
Em seu sítio, enquanto relaxava um pouco a cabeça de “Matita Perê”, obra em que trabalhava obsessivamente sem conseguir a perfeição que desejava, teve de súbito a idéia do tema principal de uma nova canção, cujo núcleo melódico, muito simples, de apenas três notas, apóia-se sobre acordes feitos no violão, pois não havia piano no sítio. Qual colcha de retalhos muito bem dispostos, a letra, que nasce quase simultaneamente com a melodia, tem tudo a ver com aqueles dias chuvosos de março, aquela paisagem do sítio, onde Tom Jobim planejara construir uma bela, sólida e confortável casa.


Imagem disponível emhttp://universoscriticos.blogspot.com/2005_03_01_archive.html


Todas aquelas imagens fervilhando na mente do artista são por ele reunidas numa colagem que, não por acidente, muito menos por plágio, mas sim, por competência e sensibilidade, é escolhida, ao alvorecer do milênio, a melhor música brasileira de todos os tempos. É para esperar que, no aniversário dos 35 anos das “Águas de Março” do nosso maestro soberano, as águas deste nosso março, se vierem, não sejam causa de destruição e morte num planeta que tanto tem sofrido com as agressões sistemáticas de grupos poderosos ávidos por lucro a qualquer custo, com o que Tom tanto se entristecia.
Bem pelo contrário, que as águas de março venham para fechar o verão e como promessa de muita vida em nosso coração.

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Edgar Nascimento é músico nasceu em Blumenau, Santa Catarina.No seu repertório estão a bossa nova e a música internacional dos Beatles. Como se dedica exclusivamente à música, está constantemente incluindo novas canções no seu repertório, que conta com mais de 300 músicas.
Para saber mais visite a página http://www.edgarnascimento.mus.br/art70228.htm

3 comentários:

  1. essa música ...bem...é linda mas eu queria que todos que não conhecem essa música conhecessem ela.

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  2. ELA VEIO DO FUNDO DA ALMA , EU DIRIA DE TOM JOBIM ELE A SENTIU E SE DEIXOU LEVAR PELA BOA VIBE DA NATUREZA.MUITO BOM!!!

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  3. MUITO BOM ELE SE DEIXOU LEVA PELA BOA VIBE DA NATUREZA E AI SURGIU ESTE GRANDE SUCESSO!!

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