sábado, 10 de dezembro de 2011
VALORIZAÇÃO DA CULTURA NEGRA NUMA PERSPECTIVA DE RESGATE DA IDENTIDADE DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTE NO ÂMBITO DA ACRA/PARTE FINAL
Sara Soares dos Reis
ACRA visita ao Teatro Vila Velha para assistir "AFRICAS" .As crianças com o Bando de Teatro Olodum
A ACRA por entender que Itapuã, Salvador/Brasil um contexto profundamente marcado pela diversidade cultural procura oferecer cursos que resgatem com ações constantes os aspectos culturais e a herança africana e aborígine. Desta forma, a vivência neste projeto ACRA possibilitaram a aproximação desta territorialidade, consequentemente sentido a força do legado milenar africano, aspecto que aguçou ainda mais a vontade de realizar pesquisa com essa temática no âmbito deste instituição.
A ACRA- - Associação Crianças Raízes do Abaeté é uma instituição não governamental que atende crianças e jovens do bairro de Itapuã no Abaeté com o objetivo de incentivar a afirmação de alteridade civilizatória. Os alunos que compõe este projeto possuem descendência indígenas e africanas e por pertencer a essas civilizações milenares e viver em um lugar submersos aos valores capitalista possuem uma vivência que desvaloriza o patrimônio cultural e natural desta localidade.
Percebemos o recalque alteridade própria durante as atividades desenvolvidas neste projeto notasse o sofrimento silencioso e a rejeição das crianças e jovens negras por sua descendência africana. Esta constatação triste é resultado de práticas educativas extremamente preconceituosa adotada nas escolas onde há recusa as linguagens da maioria dos sujeitos que a frequentam.
Portanto o desafio se caracteriza em promover um cenário que estabeleça linguagens sócio educativas que garantam a essas crianças e adolescente condições primordiais para exerceram o direito a alteridade e criarem uma postura crítica e reflexiva sobre sua ancestralidade e sobre si.
Orquestra de Ritmos e Sons sob a orientação do professor Sidney Argolo
O desconhecimento sobre o legado cultural africano é um dos entraves para que crianças e jovens da ACRA tenham orgulho dos seus antepassados. Com isso, faz necessário desconstruir um cenário perverso de recalque, para que os mesmos conheçam reflitam sobre sua história e afirmem seus valores ancestrais.
Por isso esse trabalho tem como objetivo principal compreender os aspectos sócio histórico que recalcam a alteridade civilizatória, para que Identifiquemos linguagens socioeducativas que valorize a cultura negra no âmbito do ACRA, para o fortalecimento e resgate da identidade das crianças e adolescente. Para depois promovermos ações socioeducativas que expressem os valores afro-brasileiro. Estabelecendo proposições teórico metodológicas que sustentem o desenvolvimento da pesquisa.
A pesquisa foi desenvolvida na ACRA- Associação Crianças Raízes do Abaeté, situada no Parque Metropolitano do Abaeté. Instituição que promove ações socioeducativas, e atende 120 crianças, adolescente e jovens com idades entre 07 á 17 anos, todas moradoras do bairro, e que cursam o Ensino Fundamental e o Ensino Médio em escolas públicas da localidade.
Grafite sob a orientação do Professor Tárcio vasconcelos
Para dar conta das questões proposta deste projeto foi utilizada a pesquisa etnográfica de natureza qualitativa. Foi escolhida esta metodologia por se tratar de um estudo que procura entender significados culturais do contexto em que são inseridos. Foi escolhida a técnica da observação participante pela necessidade de integração local, compreensão do espaço externo de uma forma ampla, desta forma possibilitando ricas vivências de forma a perceber a dinâmica real do local. Para retratar a realidade de forma mais profunda também foram utilizados técnicas como aplicação de questionário, entrevista não diretiva, pesquisa iconográfica, pesquisa bibliográfica aliceçadas nos autores Narcimária Correia do Patrocínio Luz, Marco Aurélio Luz, Ana Celia Silvia.
A monografia está organizada em quatro capítulos: o primeiro retrata a o processo sócio histórico do recalque neocolonial contra a alteridade civilizatória africana. Trazendo a Escola Normal como um dos principais mecanismos que fincaram e perpetuaram a cultura eurocêntrica em face aos valores da população africano- brasileiro. A resistência negra quilombola como marco de luta contra um cenário de submissão deixando gerações sucessoras que atualmente conseguiram vitórias significativas no âmbito educacional são questões que também foram abordadas neste capítulo.
Esse capitulo também busca retratar da nova lei 10/10.639 que obriga a introdução do ensino de História e Cultura Afro-brasileira no currículo escolar, na tentativa de romper paradigmas do preconceito e descriminação nas escolas, consequentemente na sociedade.
O segundo capitulo traz A ACRA –Associação Crianças Raízes do Abaeté como uma instituição que acolhe perspectivas de linguagens baseado na pluralidade cultural. Também destaca sua parceria com o projeto Dayó/PRODESE que primam iniciativas sociopolíticas que assegurem ás populações o direito á existência plena e a alteridade. Abordando a ligação profunda que a instituição possui com os princípios inaugurais de Itapuã. E devido ao comprometimento deste projeto não podíamos deixar de relatar suas premiações.
O terceiro capitulo retrata inicialmente a metodologia abordada descrevendo o contexto cultural do local estudado, envolvendo a escolha do local, população envolvida e a duração da pesquisa. Tendo seus dados coletados através de técnicas pertinentes á análise de documentos, observação participante, aplicação de questionário, entrevista semi estruturada e outros. Alem de destacar os critérios utilizados nas seleções das oficinas.
E o quarto capítulo relata as experiências e construções durante as realizações das oficinas na ACRA. Apresentando as dúvidas, questionamento e relatos das crianças e adolescentes no desenvolvimento dos trabalhos e as nossas impressões adquiridas ao longo do processo. E por ultimo, encerro minha monografia trazendo novas perspectiva em educação que possibilitam novas didáticas pedagogias promovendo um novo cenário lúdico estético para que crianças jovens e adolescente tenham o direito a existência plena.
Como educadores comprometidos com uma educação que contemple a pluralidade cultural. Pretendemos provocar ao leitor/ar uma reflexão sobre as ações didáticas com referenciais pertencentes ao seu legado ancestral, contribuindo para constituição do direito a alteridade própria, na construção de uma imagem positiva de si mesmo, valorizando a auto estima de uma população infanto-juvenil herdeira de um expressivo patrimônio cultural.
Grupo de Teatro da ACRA
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