Foto disponível em http://www.salvadordestination.com.br/
sábado, 19 de março de 2016
EKEDY SINHA, Sob as mãos da equede
Ilê Axé Iya Nassô a popular Casa Branca
Foto disponível em http://www.salvadordestination.com.br/
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Por Marlon Marcos
Noite do dia 08 de março de 2016, dia
Internacional da Mulher, a Cidade da Bahia (e o Brasil), recebeu das mãos da dedicada
Ekedy Sinha, um documento a favor da preservação da memória das mulheres negras
que compõem o candomblé e, especificamente, participam desta religião como
“equedes” – cuidadoras que não incorporam o santo e cuidam do andamento de
todos os assuntos que envolvem o terreiro de candomblé.
A esmerada publicação, que contou com
o apoio do Governo do Estado e saiu pela elegante editora baiana Barabô, traz,
através de uma preciosa narrativa, as memórias de Gersonice Azevedo Brandão,
mais conhecida como Equedy Sinha, um dos nomes mais importantes, na atualidade,
desta religião de matrizes africanas que se espalha pelo mundo. O livro ( lindíssimo!) é Equede –
a mãe de todos, e ao falar sobre si, mãe Sinha fala sobre o Ilê Axé Iyá
Nassô Oká (Casa Branca), palco inaugural do candomblé nagô ou ketu, considerada
como uma continuação do que poderia ser o terreiro, nessa estrutura conventual
(como diz Luiz Nicolau Parés), mais antigo do Brasil.
A Casa Branca é magnânima! Mas, hoje,
a centralidade deste artigo é a enérgica Gersonice, a nossa Ekedy Sinha,
corporificando a presença imprescindível de todas as equedes e makotas que
fazem funcionar o nosso culto a orixás, inquices e voduns. Com a pele
arrepiada, com os olhos em lágrimas e a poesia dançando, convido a todos a
lerem o livro desta ekedy emblemática para a preservação do que corporifica o
candomblé como uma religião brasileira que há séculos influencia fortemente as
relações sociais no nosso país.
Ekedy Sinha
Foto disponível em http://e-c4.sttc.net.br/
É doce viver quando se presencia o
nascimento de uma obra parida de dentro do nosso candomblé. E um livro como
esse. Fruto da perspectiva amorosa e da força negro-feminina que nos perfila
como sociedade. E vê-la escrever: “Equede é a mãe de todos. De Exu a Oxalá”. Sua
bênção, rainha.
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Marlon Marcos é jornalista e
antropólogo
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