*

*

PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

HOMENAGENS A MESTRE DIDI NO FESTIVAL DE BADAGRY


Por Marco Aurélio Luz


No mês de agosto a cidade de Badagry na Nigéria, realiza um grandioso Festival que celebra a sua importância para a tradição cultural e preservação da memória histórica referente à diáspora.

Badagry foi um porto de embarque de africanos escravizados para as Américas, daí a sua importância histórica.


Foto disponível na internet

A memória do momento de transformação da população de prisioneiros em escravizados, se mantém preservando aspectos físicos do sítio e os instrumentos escravistas, e a atmosfera que envolveu essa viagem sem retorno.
O Festival de Badagry reúne inúmeros eventos, a exemplo da apresentação de vários grupos culturais; competição de barcos enfeitados;aparição dos Zangbeto espíritos ancestrais cobertos de palha da costa; competição de barcos enfeitados e torneio de futebol que disputam a taça do Oba o rei.


Grupo Cultural
Foto disponível na internet


Grupo Cultural
Foto disponível na internet

Aparição dos Zangbeto espíritos ancestrais cobertos de palha da costa.
Foto disponível na internet


 Competição de barcos enfeitados. Foto disponível na internet

 O mais importante porém, são as homenagens aos líderes da diáspora que se destacaram no processo de libertação, de afirmação da identidade e reposição da civilização africana nas Américas. Em 2013 foi Marcus Garvey, em 2015 Toussaint L´Ouverture, em 2016 Olaudah Equiano e agora em 2017, Deoscoredes Maximiliano dos Santos, Mestre Didi.
Uma delegação de lideranças religiosas do terreiro Ilê Asipá fundado por Mestre Didi Asipá Alapini, está presente.


 O Alagba nilé Asipá presente no Festival

A presença da linhagem Asipá no Brasil é um fato histórico fundamental para se entender a continuidade da tradição religiosa e cultural de origem nagô/yorubá. Desde a atuação marcante na fundação das primeiras casas de culto aos orixás, nas primeiras viagens e intercâmbios com a África, e na presença nos tradicionais cultos aos Egungun. Mestre Didi foi consagrado Alapini Ipekun Ojé, sacerdote supremo do culto aos Egungun. O Ilê Asipá concentra importante constelação de Egun Agba.
Em 1965 Mestre Didi acolheu em Salvador o poeta do movimento da Negritude Leon Damas, que impressionado com o seu valor para a continuidade da civilização africana na diáspora, reuniu esforços e conseguiu uma bolsa da UNESCO para ele na Nigéria.
Mestre Didi viajou em 1967 com sua esposa Juana E. Dos Santos. Com a participação de Verger, aconteceu o encontro histórico com a família Asipá em Ketú. Ele narrou o episódio desse elo transcendente em “Um Negro Baiano em Ketu”:
O Rei, todos os seus ministros e as demais pessoas que lá se encontravam na ocasião ficaram surpresos e me escutavam emocionados, pois eles nunca tinham imaginado que, do outro lado do Oceano, pudesse ainda existir pessoas como eu, capaz de cantar os cânticos tradicionais que eram cantados pelos nossos antepassados.”
Mestre Didi é sem dúvida um ponto de convergência de todos que participaram e participam na reconstituição da tradição africana com suas linguagens, valores e instituições nas Américas.













Nenhum comentário:

Postar um comentário