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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


domingo, 14 de abril de 2019

KALÉ BOKUN RIQUEZAS DA NAÇÃO IJEXÁ

Por Jaime Sodré


Líder sacerdotal a Iyalorixá do Ile Ase Kalé Bokun
Imagem disponível na Internet

                                                  A compreensão da composição da nossa civilidade passa por conhecimento dos elementos componentes da nossa formação. O “elemento afro” é fundamental para saber o que somos. A venerável ialorixá Estelita Lima Calmon, no espaço de Olorum, está radiante, chegara a ela, em junho de 2016, o documento que deu início ao tombamento do Terreiro Ilê Axé Kalè Bokùn – “terras das riquezas profundas”, raro templo da nação ijexá.

 O Ojá indica a árvore sagrada
Imagem disponível na Internet

Segundo a Ialorixá Vânia Amaral, “ela assinou a notificação e no dia seguinte descansou”. O templo localiza-se a 85 anos, em Plataforma. Ao receber a notificação, cantara para Ogum, nos informa Leonel Monteiro, presidente da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia - AFA.
A Fundação Gregório de Mattos (Fernando Guerreiro) considerara o terreiro como Patrimônio Cultural da Cidade do Salvador, o primeiro ijexá com esta honraria, Evidenciando aspectos histórico, cultural, religioso e afetivo, o tombamento possibilita a preservação do patrimônio físico e os saberes ancestrais como um potencial instrumento de proteção.
Para efetivação deste reconhecimento atuou  o professor e pesquisador da Universidade Federal da Bahia, Vilson Caetano, louvamos a sua apurada pesquisa sobre os ijexás, que tem como raízes a região da Costa Oeste, próximo a Nigéria, povo de língua iorubá, guerreiros e intensa participação feminina. Em Salvador, instalaram-se no Dique do Tororó, Mata Escura e Vasco da Gama. No século XIX, foram para a Península Itapagipana.

Espaço público sagrado
Imagem disponível na Internet

Expressamos nossas reverências ao ilustre fundador e primeiro babalorixá do Kalè Bokùn, Severiano de Logun Edé. Os ijexás nunca se esqueceram de Oxum, considerando a água como elemento primordial do culto afro-brasileiro. A expressão ijexá, leva-nos ao ritmo homônimo, vinculado amplamente com o carnaval de Salvador, saiam à rua levando o seu tambor, percutido por mulheres.

Ilu ijexa
Imagem disponível na Internet

Para Milena Tavares, competente diretora de Patrimônio e Humanidades, da Fundação Gregório de Mattos, “o terreiro preserva aspectos construtivos de época e mobiliário antigo, além de elementos singulares ao culto ijexá”. Levando em conta o seu conjunto de divindades tem Logun Edé e Oxum como orixás principais, Oxalá (Benção) é o patrono da casa, porque a ialorixá de Severiano era filha deste orixá.
Dentre as atividades do terreiro, destacamos o Geledé, somente  de mulheres, a ebomi Marcia afirma que por ser interno e sigiloso, não pode revelar detalhes do culto,  é a sociedade das Iyàmìs, entidades femininas.
Jubilosos estamos todos e em coro com a ebomi Tânia Bispo, dizemos: o terreiro Ilê Axé Kalè Bokùn  é “um útero que acolhe. O ijexá é a terra da água, do colo e do amor”.



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