Líder sacerdotal a Iyalorixá do Ile Ase Kalé Bokun
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A compreensão da composição da
nossa civilidade passa por conhecimento dos elementos componentes da nossa
formação. O “elemento afro” é fundamental para saber o que somos. A venerável
ialorixá Estelita Lima Calmon, no espaço de Olorum, está radiante, chegara a
ela, em junho de 2016, o documento que deu início ao tombamento do Terreiro Ilê
Axé Kalè Bokùn – “terras das riquezas profundas”, raro templo da nação ijexá.
O Ojá indica a árvore sagrada
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Segundo a Ialorixá Vânia Amaral,
“ela assinou a notificação e no dia seguinte descansou”. O templo localiza-se a
85 anos, em Plataforma. Ao receber a notificação, cantara para Ogum, nos
informa Leonel Monteiro, presidente da Associação Brasileira de Preservação da
Cultura Afro-Ameríndia - AFA.
A Fundação Gregório de Mattos (Fernando
Guerreiro) considerara o terreiro como Patrimônio Cultural da Cidade do
Salvador, o primeiro ijexá com esta honraria, Evidenciando aspectos histórico,
cultural, religioso e afetivo, o tombamento possibilita a preservação do
patrimônio físico e os saberes ancestrais como um potencial instrumento de
proteção.
Para efetivação deste
reconhecimento atuou o professor e
pesquisador da Universidade Federal da Bahia, Vilson Caetano, louvamos a sua
apurada pesquisa sobre os ijexás, que tem como raízes a região da Costa Oeste,
próximo a Nigéria, povo de língua iorubá, guerreiros e intensa participação
feminina. Em Salvador, instalaram-se no Dique do Tororó, Mata Escura e Vasco da
Gama. No século XIX, foram para a Península Itapagipana.
Espaço público sagrado
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Expressamos nossas reverências ao
ilustre fundador e primeiro babalorixá do Kalè Bokùn, Severiano de Logun Edé.
Os ijexás nunca se esqueceram de Oxum, considerando a água como elemento
primordial do culto afro-brasileiro. A expressão ijexá, leva-nos ao ritmo
homônimo, vinculado amplamente com o carnaval de Salvador, saiam à rua levando
o seu tambor, percutido por mulheres.
Ilu ijexa
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Para Milena Tavares, competente diretora
de Patrimônio e Humanidades, da Fundação Gregório de Mattos, “o terreiro
preserva aspectos construtivos de época e mobiliário antigo, além de elementos
singulares ao culto ijexá”. Levando em conta o seu conjunto de divindades tem
Logun Edé e Oxum como orixás principais, Oxalá (Benção) é o patrono da casa,
porque a ialorixá de Severiano era filha deste orixá.
Dentre as atividades do terreiro,
destacamos o Geledé, somente de
mulheres, a ebomi Marcia afirma que por ser interno e sigiloso, não pode
revelar detalhes do culto, é a sociedade
das Iyàmìs, entidades femininas.
Jubilosos estamos todos e em coro
com a ebomi Tânia Bispo, dizemos: o terreiro Ilê Axé Kalè Bokùn é “um útero que acolhe. O ijexá é a terra da
água, do colo e do amor”.
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