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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


sábado, 25 de fevereiro de 2012

SEMENTES CADERNO DE PESQUISA BASES FILOSÓFICAS PARA A DESCOLONIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

Por Jackeline Pinto Amor Divino




Apesar de falarmos o tempo inteiro sobre a pluralidade e diversidade existente na Bahia e no Brasil, continua a ser reproduzido um modelo, ou políticas de desculturação, onde as nossas crianças e jovens não têm seus valores culturais considerados.
A cultura européia continua a ser reproduzida em meio a essa riqueza imensa das diferentes culturas que compõem o nosso país. O trabalho que venho realizando como pesquisadora na área de Educação tem como alicerce o Sementes Caderno de Pesquisa(2000-2005) uma publicação importante capaz de influenciar e indicar para uma geração de educadores/as um mundo de idéias e valores,desdobramentos de territorialidades portadoras de sabedorias milenares, propondo “uma ética do futuro que acolha as dinâmicas territoriais que mapeiam o planeta”.



O Sementes aborda temas que enfatizam a epísteme africano-brasileira e aborígine, civilizações seminais na constituição da formação social baiana e brasileira. Concebido pela Dra. Narcimária Correia do Patrocínio Luz o SEMENTES conta com a colaboração de seu grupo de pesquisa, o PRODESE – Programa Descolonização e Educação na perspectiva de contemplar o campo da diversidade cultural através de novas leituras baseadas no princípio político-filosófico da Descolonização e Educação.
Algumas indagações acompanham minha trajetória como pesquisadora do PRODESE através do SEMENTES Caderno de Pesquisa,e gostaria de compartilhá-las aqui:
Quanto tempo será preciso para que os/as educadores/as encontrem nas nossas raízes culturais africano-brasileira e aborígine as linguagens e visões de mundo que os animem a promover a sua práxis?
Quando deixaremos de ser colonizados e tiraremos esse pano que nos cobre os olhos e não nos deixa ver mais adiante, buscando a nossa História, os nossos antepassados e toda a riqueza milenar que nos foi dada?
Como a escola poderá se transformar num espaço onde se contemple a diversidade cultural que nos caracteriza?
Como formar educadores/as capazes de abrir-se para as infinitas possibilidades de criar a partir dos contos, das artes, da dança, da música que identifica a nossa arkhé africano-brasileria e aborígine?
Que perspectiva de currículo deveremos fomentar para que as nossas crianças se reconheçam e tenham seu patrimônio civilizatório de matriz africana e aborígine legitimada?
Essas são algumas inquietações e também desafios gerados na pulsão das leituras fomentadas pelo Sementes que surgem como proposta na formação e elaborações de noções de vida e existir para educadores/as na Bahia e no Brasil.
As noções trabalhadas no caderno de Pesquisa são capazes de recriar um ambiente educacional baseado na dinâmica da diversidade cultural, deixando que a SEMENTE germine nas nossas vidas!
Para adquirir o SEMENTES Caderno de Pesquisa procurar a EDUNEB-Editora da UNEB ou a ACRA.
Boa leitura!

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Jackeline Pinto Amor Divino é Pedagoga com especialização em Psicopedagogia,mestranda do Programa de Pós Graduação em Educação e Contemporaneidade da UNEB,integra a equipe de educadores da ACRA na Coordenação Pedagógica da Associação.Sua dissertação de mestradoITAPUÃ: tecendo redes de alianças comunitárias através da ACRA”   aborda aspectos históricos de Itapuã  e as linguagens de Educação desenvolvidas na ACRA.

2 comentários:

  1. Obrigada!!!Ver meu trabalho publicado aqui foi emocionante para mim. Abracei Léa, Magno e Prof. Narciso, comemoramos juntos, é bom demais compartilhar as alegrias que a vida nos proporciona.

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  2. Querida Jack e Família ACRA,

    É com grande emoção que leio esta publicação que revela este potente instrumento de DESCOLONIZAÇÃO em EDUCAÇÃO, QUE É O SEMENTES.

    Ao me aproximar mais da ACRA, junto com a Companhia Na Boca de Cena, da Boca do Rio, uma forte energia e sinergia, pulsão comunal tomou meu coração e existência aqui. Senti que, como diz Edson Gomes, "surge mais um guerreiro do terceiro mundo / Levantando suas armas com seu grito de alerta!"

    Estamos juntos e queremos muitos que estas SEMENTES criem RAÍZES! Jackeline, Magno, Mille Caroline, Jaci Menezes e Léa sabem muito bem do que estou a falar! Vamos conversar logo! rsrsr!

    O SEMENTES sem dúvida foi e é uma fonte incrível de formas, pensamentos e ações que inauguram outras epistemologias que contribuem significativamente para o educar que respeita a arkhé e vínculos de soiciabilidade atemporais nas nossas Comunalidades.

    Fico muito feliz por começar uma nova parceria com a ACRA, Prof. Narciso (força e razão sensíveis corporificadas),com minha Mestra Narcimária e com o novo trabalho desenvolvido junto aos jovens da comunalidade Boca Do Rio e seus "Encontros das Yabás".

    Parabéns Jack pelo texto, pela pesquisa e pelo encantamento que irradias pelos quatro cantos do mundo. E dia 16/03 tô lá, "firme e forte nesta batalha" (Psirico)

    Axé e inté + v!

    Sérgio Bahialista

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