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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

LEMBRANÇAS


             Por Marco Aurélio Luz

Convivi com Bira principalmente quando nos encontramos em Paris, ele fazendo o doutorado em Historia com a importante historiadora Kátia Mattoso e eu fazendo um pós doutorado no CEAQ instituto dirigido pelo filósofo Michel Maffesoli, ambos na Paris V Sorbonne, isso ano de 1991.


  Bira na Sorbonne em 1991
Foto de Narcimária Luz

Além da Sorbonne onde nos encontrávamos a miúde, nos visitávamos, e me lembro bem da ocasião  dele comemorando o aniversário da filha Barbara com Glorinha sua esposa e seu filho Felipe. Era servido um inesquecível caruru com a presença de amigos o mais baianos. Pra tanto pesquisava pelos mercados principalmente de produtos africanos .
Lembro-me também quando foi com Glorinha, Bárbara e Felipe nos visitar por ocasião do nascimento  de Maurício, para nossa alegria de  Narcimária, eu e Maurício.


Grupo de amigos, Lurdinha, Narcimária, Marco, Bira e Salgueiro.Sorbonne 1991
Foto do acervo do autor

De volta a Bahia,a seu convite lancei em seu curso na UFBA o livro AGADA com palestra em 1995.
Compartilhamos inúmeras palestras e debates no mundo acadêmico, na TV e no movimento negro em geral.
Nos inserimos em problemáticas teóricas distintas. Ele como historiador , e como discípulo de Katia Mattoso apegado a problemática das trajetórias de luta dos escravos. Eu inserido na comunalidade da tradição religiosa africano brasileira apegado as diversidades de civilizações e a reposição dos valores,linguagens e instituições constituintes da nossa cultura negra.
Tanto ele como eu tínhamos a admiração e a amizade que nos permitiu intercambiarmos nossas perspectivas. Sua compreensão e generosidade para nosso encontro se concretizam quando foi presidente da Fundação Palmares e publica com destaque no primeiro número da Revista Palmares o artigo de minha autoria “O Onibus e o Atabaque” em 2005.
Por ocasião do lançamento da revista em Salvador apresentando os autores se referiu a mim como o pai de Maurício...
Guardo para sempre a lembrança de um intelectual guerreiro, sua ternura e sua generosidade.
Olorun ko si pu re   

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