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Por
Oju Oba Marco Aurélio Luz
A
Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro em seu desfile, deu uma aula acadêmica explorando
seu território de negritude.
Seu
enredo focalizou o poder e o mistério da mulher, especificamente da mulher
negra, as primeiras que deram início a saga da humanidade desde a África.
A Cabaça ventre fecundado
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O
mistério e o poder de transformação de seu corpo gerando filhas e filhos, e sua
capacidade de alimentá-los, está representado logo do início do do enredo, pela
simbologia da grande cabaça de onde surgem primeiramente óvulos fecundados com
embriões e depois se espraiam mulheres segurando seus nenén
As mães com seus neném
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O
enredo segue apresentando a presença da mulher negra africana em várias fases
das histórias das civilizações.
Lindíssimos
trajes e alegorias ilustram o esplendor do Egito negro faraônico, berço das
civilizações. Apresenta a presença da mulher no poder faraônico e também como
deusas na mitologia e na religião.
Deusas e rainhas no Egito Antigo
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O poder das mulheres
no Egito negro faraônico
Foto de Alexandre
Durão disponível na Internet
O
enredo se desenvolve com a sucessão de alas apresentando vários reinos de forma
exuberante onde se destacam a presença feminina, como as Candaces, rainhas e
guerreiras do reino da Núbia e Kush, a importância da rainha de Saba que
encantou o rei Salomão.
Guerreiras e rainhas na antiguidade negro africana
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Outra
ala apresenta a rainha Nzinga Ngola Bandi Kiluanji, para nós a rainha Ginga que
manteve o reino do Ndongo independente, enfrentando o colonialismo português no
século XVII. Nzinga a “Rainha Invisível” como chamavam os portugueses por suas
táticas de guerra, é enaltecida ainda mais, porque o quilombo dos Palmares é um
desdobramento dessas lutas. Akotirene, Dandara, Aqualtune, que se destacam no
“reino” do Palmares representam as mulheres libertárias na luta contra a
escravidão.
Guerreiras libertárias
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Outras mulheres heroínas se destacam nessa luta de
libertação e afirmação, como Luíza Mahim na revolta Malê de 1835 na Bahia e
Maria Felipa nas lutas de independência da Bahia em Itaparica.
A
presença significativa das mulheres na reposição das tradições religiosas
africano- brasileiras ganha destaque em magnífica alegoria.
Gelede culto às ancestrais femininas é apresentado. No Brasil destacou-se a
alta sacerdotisa Iyalode Erelu Maria Julia Figueiredo. As Iya Mi Agba as mães ancestrais se apresentam na forma de corujas, grandes passaros, peixes, sereias, metade mulher metade peixe ou pássaro, morcegos...
Foto de Alexandre Durão.Imagem disponível na Internet
Gelede, escultura ritual do culto as mães ancestrais originário da cidade de Ketu.
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Desde a religião se desdobra a
contribuição da mulher negra para sua pujante presença na cultura brasileira.
A imprescindível ala das baianas, homenagem permanente as fundadoras do mundo do samba.
Foto de Alexandre Durão.Imagem disponível na Internet
A
culinária tem destaque apresentando a
riqueza de sabores da originalidade brasileira.
A
presença no mundo da escrita faz referências as inúmeras escritoras que
enriquecem nossa bibliografia.
No encerramento uma alegoria lembrando a
famosa escultura “Pietá”, demonstra a tragédia da mãe negra tendo o seu filho
no colo morto pela violência nos dias de hoje.
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O
desfile de esplendor e beleza exuberante engrandece o carnaval brasileiro e foi
merecedor de uma premiação.
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