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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

SALGUEIRO NO SEU TERRITÓRIO DE ORIGEM


Imagem disponível na Internet

Por Oju Oba Marco Aurélio Luz

A Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro em seu desfile, deu uma aula acadêmica explorando seu território de negritude.
Seu enredo focalizou o poder e o mistério da mulher, especificamente da mulher negra, as primeiras que deram início a saga da humanidade desde a África.
A Cabaça ventre fecundado
Foto disponível na Internet
O mistério e o poder de transformação de seu corpo gerando filhas e filhos, e sua capacidade de alimentá-los, está representado logo do início do do enredo, pela simbologia da grande cabaça de onde surgem primeiramente óvulos fecundados com embriões e depois se espraiam mulheres segurando seus nenén

As mães com seus neném
Foto disponível na Internet
O enredo segue apresentando a presença da mulher negra africana em várias fases das histórias das civilizações.
Lindíssimos trajes e alegorias ilustram o esplendor do Egito negro faraônico, berço das civilizações. Apresenta a presença da mulher no poder faraônico e também como deusas na mitologia e na religião.

Deusas e rainhas no Egito Antigo
Foto  disponível na Internet

O poder das mulheres no Egito negro faraônico
Foto de Alexandre Durão disponível na Internet
O enredo se desenvolve com a sucessão de alas apresentando vários reinos de forma exuberante onde se destacam a presença feminina, como as Candaces, rainhas e guerreiras do reino da Núbia e Kush, a importância da rainha de Saba que encantou o rei Salomão.

Guerreiras e rainhas na antiguidade negro africana 
Foto disponível na Internet
Outra ala apresenta a rainha Nzinga Ngola Bandi Kiluanji, para nós a rainha Ginga que manteve o reino do Ndongo independente, enfrentando o colonialismo português no século XVII. Nzinga a “Rainha Invisível” como chamavam os portugueses por suas táticas de guerra, é enaltecida ainda mais, porque o quilombo dos Palmares é um desdobramento dessas lutas. Akotirene, Dandara, Aqualtune, que se destacam no “reino” do Palmares representam as mulheres libertárias na luta contra a escravidão.

Guerreiras libertárias
Foto disponível na Internet
Outras  mulheres heroínas se destacam nessa luta de libertação e afirmação, como Luíza Mahim na revolta Malê de 1835 na Bahia e Maria Felipa nas lutas de independência da Bahia em Itaparica.
A presença significativa das mulheres na reposição das tradições religiosas africano- brasileiras ganha destaque em magnífica alegoria.

 Gelede culto às ancestrais femininas é apresentado. No Brasil destacou-se a alta sacerdotisa Iyalode Erelu Maria Julia Figueiredo. As Iya Mi Agba as mães ancestrais se apresentam na forma de corujas, grandes passaros, peixes, sereias, metade mulher metade peixe ou pássaro, morcegos...
Foto de  Alexandre Durão.Imagem disponível na Internet

Gelede, escultura ritual do culto as mães ancestrais originário da cidade de Ketu.
Foto disponível na Internet
 Desde a religião se desdobra a contribuição da mulher negra para sua pujante presença na cultura brasileira.
A imprescindível ala das baianas, homenagem permanente as fundadoras do mundo do samba.
Foto de  Alexandre Durão.Imagem disponível na Internet
Foto disponível na Internet
O desfile de esplendor e beleza exuberante engrandece o carnaval brasileiro e foi merecedor de uma premiação. 






















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