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PRODESE E ACRA



VIDA QUE SEGUE...Uma
das principais bases de inspiração do PRODESE foi a Associação Crianças Raízes
do Abaeté-Acra,espaço institucional onde concebemos composições de linguagens
lúdicas e estéticas criadas para manter seu cotidiano.A Acra foi uma iniciativa
institucional criada no bairro de Itapuã no município de Salvador na Bahia, e
referência nacional como “ponto de cultura” reconhecido pelo Ministério da
Cultura. Essa Associação durante oito anos,proporcionou a crianças e jovens
descendentes de africanos e africanas,espaços socioeducativos que legitimassem
o patrimônio civilizatório dos seus antepassados.
A Acra em parceria com o Prodese
fomentou várias iniciativas institucionais,a exemplo de publicações,eventos
nacionais e internacionais,participações exitosas em
editais,concursos,oficinas,festivais,etc vinculadas a presença africana em
Itapuã e sua expansão através das formas de sociabilidade criadas pelos
pescadores,lavadeiras e ganhadeiras,que mantiveram a riqueza do patrimônio
africano e seu contínuo na Bahia e Brasil.É através desses vínculos de
comunalidade africana, que a ACRA desenvolveu suas atividades abrindo
perspectivas de valores e linguagens para que as , crianças tenham orgulho de
ser e pertencer as suas comunalidades.
Gostaríamos de registrar o nosso
agradecimento profundo a Associação Crianças Raízes do Abaeté(Acra),na pessoa
do seu Diretor Presidente professor Narciso José do Patrocínio e toda a sua
equipe de educadores, pela oportunidade de vivenciarmos uma duradoura e valiosa
parceria durante o período de 2005 a 2012,culminando com premiações de destaque
nacional e a composição de várias iniciativas de linguagens, que influenciaram
sobremaneira a alegria de viver e ser, de crianças e jovens do bairro de
Itapuã em Salvador na Bahia,Brasil.


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO PLURICULTURAL- NEP

Por Narcimária Luz                                                           

Evento "Palmares Hoje" em novembro de 1994
Da esquerda para a direita:Ivete Sacramento,Sandra Bispo,Dilma Evangelista,Narcimária Luz,Regina Celi,Rita Vieira
Acervo Narcimária Luz
A concepção do NEP nasceu no âmbito das nossas atuações como professora no curso de Pedagogia da FAEEBA em 1994 em que tentávamos exaustivamente estabelecer abordagens e apontar um outro continente teórico-epistemológico que transcendesse as fronteiras do recalque e legitimasse nossas origens.
Na época, envolvidos pela tese de Doutorado, que desenvolvíamos na Universidade Federal da Bahia fomos instigados a elaborar uma proposição política de Educação, e optamos em enfatizar o campo da Pluralidade Cultural e Educação.
Procuramos elaborar um documento, preocupado em fornecer elementos significativos para a estruturação de um Núcleo de Educação Pluricultural na UNEB, que pela sua dimensão multicampi absorvia com muita pertinência a perspectiva política que pretendíamos inaugurar.



Assim, delineamos as características do NEP, as motivações e/ou razões para implantá-lo, suas proposições epistemológicas, estatuto e as atividades para compor sua dinâmica.
Compartilhamos posteriormente a proposição política de Educação Pluricultural para vários colegas da UNEB, que acolheram com entusiasmo e tornaram-se parceiros da iniciativa. O NEP foi um espaço institucional muito interessante. Conseguíamos reunir e intercambiar com os colegas professores e pesquisadores de toda a UNEB, e de outras instituições da Bahia, Brasil e exterior. Na época, o NEP foi considerado uma iniciativa pioneira no cotidiano das Universidades brasileiras. O objetivo geral do NEP pelo seu caráter transdisciplinar e multicampi foi de promover e desenvolver atividades de estudos, pesquisas, ensino e extensão, que estivessem ancoradas na dimensão pluricultural de Educação característica da formação social brasileira.
Foi um ciclo de vivências científico-acadêmicas muito ricas! Realizávamos reuniões quinzenais e nelas íamos desenhando e realizando atividades que ainda repercutem na nossa UNEB como veremos adiante.

Auditório do Ceteba no Campus I da Uneb
Vale à pena destacar o Seminário comemorativo dos 300 Anos do Quilombo de Palmares. O tema explorado pelo NEP foi: “Palmares Hoje” e se desdobrou numa publicação importante que organizamos para o Jornal A Tarde através do Caderno Cultural cujo redator-chefe foi Florisvaldo Mattos. Aliás, é bom registrar aqui que foi o primeiro caderno temático do jornal,repercutiu muito bem e fomos parabenizados por Florisvaldo Mattos pela abordagem do tema desenvolvido.


Maria de Lourdes Siqueira e Jônatas Conceição
A publicação dos artigos elaborados por professores/as pesquisadores/as do NEP para compor o Caderno Cultural serviu como material didático e referências de estudos para professores/as da Rede Pública e particular como tivemos a oportunidade de constatar posteriormente nas nossas atuações como palestrantes, conferencistas,etc.
Prosseguimos e, em 1996, tivemos a iniciativa até então inédita no Brasil, de organizar um livro reunindo personalidades exponenciais no campo da Pluralidade Cultural e Educação, nomes como: Marco Aurélio Luz, Muniz Sodré, Marcos Terena, Elisa Larkin Nascimento, Kabengele Munanga entre outros colaboraram conosco. 



A publicação do livro em parceria com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia foi considerada muito ousada, já que na época essa questão não era tratada devidamente pelos espaços institucionais oficiais.


Um comentário:

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