Por Narcimária Luz
Evento "Palmares Hoje" em novembro de 1994
Da esquerda para a direita:Ivete Sacramento,Sandra Bispo,Dilma Evangelista,Narcimária Luz,Regina Celi,Rita Vieira
Acervo Narcimária Luz
A
concepção do NEP nasceu no âmbito das nossas atuações como professora no curso
de Pedagogia da FAEEBA em 1994 em que tentávamos exaustivamente estabelecer
abordagens e apontar um outro continente teórico-epistemológico que
transcendesse as fronteiras do recalque e legitimasse nossas origens.
Na
época, envolvidos pela tese de Doutorado, que desenvolvíamos na Universidade
Federal da Bahia fomos instigados a elaborar uma proposição política de
Educação, e optamos em enfatizar o campo da Pluralidade Cultural e Educação.
Procuramos
elaborar um documento, preocupado em fornecer elementos significativos para a
estruturação de um Núcleo de Educação Pluricultural na UNEB, que pela sua
dimensão multicampi absorvia com muita pertinência a perspectiva política que
pretendíamos inaugurar.
Assim,
delineamos as características do NEP, as motivações e/ou razões para
implantá-lo, suas proposições epistemológicas, estatuto e as atividades para
compor sua dinâmica.
Compartilhamos
posteriormente a proposição política de Educação Pluricultural para vários
colegas da UNEB, que acolheram com entusiasmo e tornaram-se parceiros da
iniciativa. O NEP foi um espaço institucional muito interessante. Conseguíamos
reunir e intercambiar com os colegas professores e pesquisadores de toda a
UNEB, e de outras instituições da Bahia, Brasil e exterior. Na época, o NEP foi
considerado uma iniciativa pioneira no cotidiano das Universidades brasileiras.
O objetivo geral do NEP pelo seu caráter transdisciplinar e multicampi foi de
promover e desenvolver atividades de estudos, pesquisas, ensino e extensão, que
estivessem ancoradas na dimensão pluricultural de Educação característica da
formação social brasileira.
Foi
um ciclo de vivências científico-acadêmicas muito ricas! Realizávamos reuniões
quinzenais e nelas íamos desenhando e realizando atividades que ainda
repercutem na nossa UNEB como veremos adiante.
Auditório do Ceteba no Campus I da Uneb
Vale
à pena destacar o Seminário comemorativo dos 300 Anos do Quilombo de Palmares.
O tema explorado pelo NEP foi: “Palmares Hoje” e se desdobrou numa publicação
importante que organizamos para o Jornal A Tarde através do Caderno Cultural
cujo redator-chefe foi Florisvaldo Mattos. Aliás, é bom registrar aqui que foi
o primeiro caderno temático do jornal,repercutiu muito bem e fomos
parabenizados por Florisvaldo Mattos pela abordagem do tema desenvolvido.
Maria de Lourdes Siqueira e Jônatas Conceição
A
publicação dos artigos elaborados por professores/as pesquisadores/as do NEP
para compor o Caderno Cultural serviu como material didático e referências de
estudos para professores/as da Rede Pública e particular como tivemos a
oportunidade de constatar posteriormente nas nossas atuações como
palestrantes, conferencistas,etc.
Prosseguimos
e, em 1996, tivemos a iniciativa até então inédita no Brasil, de organizar um
livro reunindo personalidades exponenciais no campo da Pluralidade Cultural e
Educação, nomes como: Marco Aurélio Luz, Muniz Sodré, Marcos Terena, Elisa
Larkin Nascimento, Kabengele Munanga entre outros colaboraram conosco.
A
publicação do livro em parceria com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia
foi considerada muito ousada, já que na época essa questão não era tratada
devidamente pelos espaços institucionais oficiais.
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