"O filme Invictus de Clint Eastwood homenageia Mandela e África do Sul. Nesta película cinematográfica o destino de Mandela confunde-se com o do país que ama e que quer vêr livre a todo o custo do regime de Apartheid. Por amor a esse país Mandela renega a vinganças mesquinhas e coloca a união nacional em primeiro lugar. Após ter vencido democráticamente as eleições que lhe conferem o poder de governar a África do Sul, Mandela decide ser um líder antes de ser um homem, um presidente, um pai de família...decide unir o que anos de apartheid tinha separado de forma tão nefasta.
E é neste contexto, que se vê num país onde o rugby como modalidade desportiva se encontra em declínio em parte por ser considerado um símbolo do apartheid pelos negros. E contra todas as vontades Mandela decide apostar naquilo que o seu inimigo valoriza. Entende que dessa forma conquistará o inimigo que nesse momento também integra o povo que quer liderar. Esquece para isso os anos de cativeiro, as ofensas e decide enfrentar os seus apoiantes que consideram este acto como uma traição! Mas como ele refere um líder não tem medo de seguir aquilo em que acredita. Reforça as suas decisões no passado de cativeiro onde a leitura e a poesia eram suas companheiras...e é essa poesia que liberta para o terreno político demonstrando ser acima de tudo um homem com uma alma indomável, que mesmo na escuridão e sob o jugo da tortura manteve a sua integridade e a liberdade nas suas escolhas.
Texto disponível em: http://angolavitoriosa.blogspot.com/2010/02/invictus-mandela-um-lider-capitao-do.html
O site casadacultura.org traz a tradução da poesia:
"Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.
Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.
Copyright © André C S Masini, 2000Todos os direitos reservados. Tradução publicada originalmenteno livro "Pequena Coletânea de Poesias de Língua Inglesa"
Uma lição de como o ódio racial pode ser combatido com peguenas lições de tolerancia e amor pelo o outro. Nos reconhecermos como homens é mais importante do que nos reconhecermos como diferentes. Tentando inferiorizar ou censurar o outro por nossa própria arrogância e ignorancia da verdade do outro. Já dizia Nietzschi "O pior inimigo da verdade não é mentira, mas a convicção". Tentar ser melhor é uma obrigação de todos. Mandela mandou seu recado.
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