segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
PUBLICAÇÕES PRODESE
PUBLICAÇÕES PRODESE
A equipe ACRA tem o prazer de recomendar para nossos visitantes interessados no patrimônio civilizatório africano e sua expansão nas Américas, de modo especial na Bahia, Salvador e Itapuã, os livros "Tun Oná Ri", "Alafiá" e "Mil Cores". Os três livros foram publicados pela EDUNEB - Editora da Universidade do Estado da Bahia e são frutos de iniciativas do PRODESE-Programa de Descolonização e Educação da UNEB.
Estão à venda na Livraria EDUNEB que fica no Campus I da Universidade, no espaço do foyer do Teatro UNEB. Telefones da EDUNEB (71) 3371-0107 ou 3371-0148 - ramal 204 e 217.
A seguir as perspectivas de abordagens de cada um dos livros através dos seus respectivos autores.
TUN ONÁ RI
RETOMANDO O CAMINHO
Autor Marco Aurélio Luz
"Vivendo na ambiência das comunidades tradicionais geradoras das culturas africano-brasileiras, muito aprendi da visão de mundo que se expressa através de refinados códigos estéticos e suas formas de comunicação. O destino me levou também para a arte da escultura. A escultura na nossa tradição nagô possui determinados cânones estéticos regidos pela simbologia que exprime a sabedoria. Essa estética faz parte de um fluxo civilizatório milenar e tem continuidade nas Américas, na Afro-América.
A sabedoria aqui engloba a dinâmica entre dois mundos; o orun, o além, de onde viemos e um dia voltaremos, e o aiyê, esse mundo em que chegamos e de onde viajaremos quando a hora chegar. Entre eles circula o axé, força que garante o existir. A sabedoria litúrgica proporciona a mobilização de axé, procurando direcioná-lo no fortalecimento da existência da comunidade, egbé, e seus integrantes, os ara orun, habitantes do além e os ara-aiyê habitantes desse mundo 'para que a vida transcorra e possa ser aproveitada da melhor maneira possível, pois só temos essa', como me ensinou meu pai e Mestre Didi, Alapini e um dos mais importantes sacerdote-artista.
Nessa Mostra, apresento esculturas pertencentes a aspectos da simbologia do axé do fogo, fonte da sociabilidade humana, que formam a constelação do panteão do orixá Xangô, patrono da cidade de Oyó, antiga capital do império nagô-yorubá. Agora também impressa no livro, Retomando o Caminho."
ALAFIÁ – PAZ E FELICIDADE
Autor RONALDO MARTINS
"Os quadros que apresento no livro ALAFIÁ, termo iorubá que significa paz e felicidade, são pinturas recentes que desejo poderem transmitir o saber ancestral africano, preservado e cultivado nas comunidades de terreiro iorubá/nagô de Salvador.
ALAFIÁ trata da sabedoria dos orixás que são princípios da água, da terra, do ar, da maternidade, da caça e das árvores, temas das minhas concepções artísticas desde cerca de vinte anos e que, nos últimos três anos, venho aprofundando como pesquisador do PRODESE – Programa de Descolonização e Educação UNEB/CNPq.
As pinturas que reúno no livro, como os frutos da árvore de sabedoria ancestral africana ioruba/nagô no Brasil, manifestam os valores de convivência positiva entre os seres humanos e os outros seres vivos e espirituais, o respeito aos antepassados ilustres e as ricas formas de sociabilidade na celebração da vida, elementos relevantes para a sobrevivência do planeta, para a expansão das futuras gerações e para a convivência harmoniosa entre os povos na atualidade.
Meu objetivo com ALAFIÁ é contribuir para promoção do legado civilizatório africano no Brasil, o respeito ao povo do axé e suas comunidades e agradecer aos que me proporcionaram esse conhecimento, aos “mais velhos”, pessoas que, com ousadia e capacidade empreendedora, construíram e constroem no dia-a-dia, alternativas de valorização da alteridade e da dignidade da população afro-brasileira."
MIL CORES, MIL FOLHAS
Autora Januária Avelina Correia do Patrocínio
Os ensaios da artista apresentam um repertório que pretende dar visibilidade a riqueza natural que caracteriza o bairro de Itapuã, lugar em que a artista mora e atuou como educadora por mais de quarenta anos. O conjunto dos trabalhos recebem o tema ”Mil Cores, Mil Folhas” se se intercambiam com poesias da própria artista que tratam das coisas mais simples do cotidiano: a sabedoria acumulada na vida. Utilizando papel canson e tela, a artista Januária Patrocínio deseja demonstrar como a atividade artística é um elemento valioso para o reconhecimento da potencialidade inventiva das pessoas e uma referência importante para a afirmação das territorialidades marcadas pela presença da população de descendência africana. O ato de manipular o papel ou tela para Januária funciona como um ato de expressão da vida comunal que ainda pode ser encontrada em Itapuã.
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